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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

dejà-vu musical

Estava na iminência de começar estes escritos com um jargão: ‘depois de longo e tenebroso inverno’, contextualizando minhas (agora) recorrentes ausências, mas não, desisti. Não cabe, não traduz bem o que quero significar.

Longas e recorrentes, sim, mas ensolaradas, porque cheias de vida! Meu filho ora me enche os dias e todas as suas horas com seu existir, apenas. Apenas, não por ser pouco. Apenas por ser minha única justificativa. E tudo tanto se justifica no seu sorriso.

Mas voltando ao mote inicial, razão deste meu retorno, falemos, once again, de alguns meus resgates pós acidente, pós perda da memória, pós tudo! Ainda estou neles, ainda os vivo e, poliana que sou, mais do que nunca, alguns me dão um prazer de fato imensurável.

E o representante primeiro e maior destes resgates feitos prazer é a música. Ouvir novamente referências antigas, das quais não me lembrava e que, no entanto, reconheço prontamente, é um prazer quase catártico!

Alguma espécie de dejà-vu, misturado a uma sensação de pertencimento. Afinal, aquilo é, de alguma forma, parte de mim. Me embalou, me emocionou, me dirigiu o pensamento ou as emoções, me levou a alguma atitude, sei lá em que medida, mas minha relação com a música sempre foi deveras desmedida. Intensa e identitária.

Estou sempre às voltas com letras que me legendam tempos e sentimentos. E as encontro. As ouço e as canto e conto para todos ao meu redor. Da canção e da conexão.

Dia destes, estava vasculhando minha inbox à cata de emails específicos e, entre busca e outra, encontrei um dos muitos tijolos de minha construção particular.

Um tijolo feito lista de bandas, grupos, músicos, músicas que ouvia e gostava muito. Uma entre as várias listas, referências e apontamentos relativos ao meu gosto que pedi ao círculo mais próximo (de afinidades, importante frisar!) e que, junto às descobertas e aprendizado foram me reconstruindo, tijolo por tijolo.

É muito interessante meu nítido hipertexto relacional x cultural no que venho me trazendo, me fazendo e aprendendo vida afora. Meu gosto traz o nome de muitos amigos, o gosto dos outros me leva a outras paragens... e me faz buscar mais, querer mais... músicas, músicas através de pessoas, pessoas através de música, em uma equação sem fim.

Pois, esta história toda me veio à cabeça em segundos, segundos após reler um email de uma minha conexão significativa, cheio das referências musicais, memórias do meu gosto. E veio por isto: