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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

cartografia Varejão


Encabeçando as boas mostras da Bienal, em programação paralela, o MAM apresenta Adriana Varejão – Histórias às Margens, primeira panorâmica da artista, em que reúne esculturas, quadros , instalações e toda sorte de referências artísticas.

A abrangente exposição resgata e cruza histórias, culturas, estilos e estéticas, tecendo múltiplas e variadas narrativas... à margem.

Em repertório polifônico, ‘Histórias à Margem’ nos coloca diante de fontes históricas e culturais, ortográficas e temporais, cartográficas e literárias, iconograficamente contadas. Histórias marginais, fora do centro, resgatadas, entrecruzadas nas pinturas, esculturas e instalações. N’uma minuciosa apropriação das artes clássicas, chinesa, barroca, entre outras, Varejão nos mostra sua releitura contemporânea, em apropriação material e formal, de temas e estilos clássicos, em obras vigorosas.

É, assim, uma significação muito pessoal a que se constrói em meio a tantos símbolos e ícones por ler e somar.  N’uma espécie de ‘cartografia’ própria, somos conduzidos em viagem pela história, moldada pela arte.

Várias esculturas (instalações?) trazem, ostentam carne, sangue e vísceras nos apresentando, assim um ‘tempo’ destes objetos. As coisas, todas, teriam memória. E suas entranhas representariam isto.

Muitas das pinturas, que também beiram instalações exibem forte materialidade, tridimensionalidade. Sim, mostrando-nos suas vísceras, mas também com pedaços e partes de comida. Uma operação simbólica exibindo possibilidades estéticas da alimentação.

Os espectadores são, assim, convidados a suspender expectativas de formatos e significados e deixar-se capturar por narrativas construídas entrecruzadas permeadas por nuances do inesperado e misturado.

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