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sábado, 25 de agosto de 2018

pedras nos caminhos





Minha vida conteúdo está tão overloaded, tão sobrecarregada, digo, que dia desses, dentro desta semana, voltando de BH de trem, com meu pituco, consegui ler páginas guardadas de jornais antigos que no dia D até li, mas não consegui dedicar a atenção, o tesão e a vontade de poesia e significados que os temas mereciam. Vinte e um, vinte e oito de julho e 04 de agosto! Hoje são 25 de Agosto, só para constar.

Vinte e um, vinte e oito de julho e quatro de agosto. Três jornais. Mais especificamente o caderno Ilustrada da Folha de São Paulo destas datas.

Pois... comecei na ordem inversa, pelo dia quatro de agosto e ali parei e fiquei.

Um lançamento literário de José Miguel Wisnik, tinha todo o potencial para me fazer querer mais que só ler a reportagem. Além disto, ler o livro, escrever, deixar aquelas ideias produzirem outras e etc, etc.

Pois... sem mais contextualizações, o livro, que ainda não li, mas já estou doidinha, fala do impacto da mineração na obra Drummondiana. A Maquinação do Mundo.

Por uma espécie de acaso, Wisnik visita Itabira e o contato com a realidade geográfica, aquilo tanto escavado, relevo consumido pela máquina mineradora lhe causou fundo abalo por enxergar nitidamente o impacto da máquina do mundo, acontecimento histórico roteirizado pela mineração mineira, então epicentro da mineração brasileira.

Diante da dimensão deste impacto da atividade mineradora em Itabira, da enormidade histórica da mineração do mundo e, sobretudo, na cidade, se consumou a consciência e a percepção da força da máquina do mundo colocando-a diante do olho guloso do universo.

Marcas desta epopeia estão presentes em toda obra Drummondiana, fazendo sua mitologia íntima conjugar-se com a geoeconomia do mundo.

Pois, as pedras no caminho, as do título são nos caminhos de Itabira, de Drummond e as que se interpuseram, recentemente, no olhar de Wisnik sobre a obra do poeta.

O olhar de Wisnik já tende a me deslocar ideias e pensamentos de modo estimulante. Seu olhar sobre a história da geoeconomia ferrífera de Minas e sua influência no ser mineiro tem um peso mais forte, identitário, digamos! O olhar de Wisnik sobre um aspecto da obra Drummondiana resvalando sobre o ser mineiro me decola a vontade de significado porque mexe com gosto, identidade e poesia!