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domingo, 19 de julho de 2020

ON THE ROAD IN INDIA - GOA EXPRESS

Acordei às 4:00 AM no trem, preocupada... Não sabia o horário exato de nossa estação.

Me informei com as mulheres da cabine. Seria a próxima. Descemos em DADAR, tomamos o trem local e fomos dali a VT - Vitória Station. Esperamos deitadas no saguão por hora e meia or so nosso trem para GOA.

Ali conhecemos um inglês que está viajando a Índia de bike, mas está com medo da guerra e vai deixar o país..


Embarcamos no GOA EXPRESS às 7:20. Dormimos bastante e estudamos nossas possibilidades no LONELY PLANET, o que fazer em GOA. Bem, first of all, qualquer que seja o tour programado, straight to PALOLEM BEACH, mais que recomendada por todos que já navegaram por estas bandas!

Não encontrando fotos do GOA Express, peguei na web, mas depois achei. Adivinha qual é!? ;-)

Chegamos à estação de Madgaon a Canacon e depois seria rickshaw até PALOLEM.
Como o ônibus estava muito cheio, fomos, as duas, na frente com o motorista. Exclusividade! Lindas paisagens no caminho. Realmente o verde do sul escarnece da secura do norte. Que contraste!

E aí... ... o ônibus PIFOU, óbvio! Estávamos nós, no meio da estrada! Arranjaram-nos uma carona que na verdade era um táxi e queria uma fortuna: 150.0 Rúpias. Alguns minutos e muita barganha depois reduzimos para 70 Rs, ainda com um gosto de que fomos enganadas.

Procuramos o hotel que o Martin, trainee alemão conosco em Baroda, nos indicou: Flavia's Paradise. Decidimos ficar. Quartos bem simples, banheiro coletivo, mas tudo limpo.

Antes de tudo, sentamos no sapé de frente ao hotel que funciona como restaurantes e... beer, please!

Estávamos ABSOLUTAMENTE cansadas, pregando. A cerveja desceu feito ÁGUA.

Conhecemos o BASIL, um suíço recém chegado à Ìndia, vindo do Paquistão, escrevendo uma carta.

Perguntou-nos se tínhamos o endereço do céu. O amigo para quem havia escrito a a carta, tinha falecido.

Eu, Eunice e Basil em outra ocasião - jogo do Brasil copa 2020


Foi assim que o conhecemos.

Convidamos para jantar conosco. No caminho caiu uma CHUVASCA (monções!). Sentamos em um barzinho simples e aconchegante com pequenos lampeões em cada mesa. Pedimos peixe, cerveja e conversamos. Basil tem viajado o mundo sem rumo. Parece um cara interessante. Eu e Eunice, pregadas, voltamos ao hotel à meia noite!

(até aqui, nada de fotos bonitas ou diferentes, só o início do caminho. No próximo passo da estrada começamos a ver coisas legais!foge não que eu prometo melhorar!)

quinta-feira, 9 de julho de 2020

ON THE ROAD - INDIA


07/06/2002



Enfim, viajando pela Índia. Esperei muito por isto. Eu e Eunice já contávamos os minutos.

Encontrei os amigos para um bye bye. Os trainees, Sajid, Atalah e Fayek. Dhruv veio me ver em casa, antes de sair.

Fomos para a estação,  VADODARA Railway Station, eu e Eunice. Nos últimos minutos, Atalah e Fayek apareceram. Como eu esperava! Eles não me deixariam partir sem um abraço!

Nosso trem saiu às 10:50 para Bombaim, estação Dadar.

Tudo nos conformes.

Seja o que deus quiser! Boa viagem!


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Eunice era uma trainee holandesa com quem dividia a casa em Baroda. (Éramos 6 trainees por casa, cada um de um país)

VADODARA é o nome da cidade que morei que também atende pelo nome de Baroda

Os amigos que foram se despedir de nós era uma turma de jordanianos de quem ficamos muito próximas!

Cenas dos próximos capítulos: a cada estação, trago um, com fotos, que prometo procurar malas afora!




sábado, 4 de julho de 2020

A LIBERDADE DE CADA UM

A Liberdade protagonista
Sempre que chego ela já está ali, sempre um grupinho ao seu redor ou sempre em outro grupo ao redor de alguém. A senhora do cachorro vestido parece ser algum personagem importante da cidade, alguma ilustríssima dama que eu, distante de tais ilustrações, ignore.

Ou então, é tão somente uma senhora desinibida e simpática, dedicando suas manhãs aos também ilustres, porém desconhecidos, que por ali passam e por ali se deixam ficar.

Sempre que chego, ela já está ali e sempre que saio, ela permanece. Pouco importa se chego 9, 10 ou 11 e saio 10, 11 ou 12. A senhora do cachorro vestido passeia seu cachorro vestido por horas a fio, religiosamente, todos os dias, sempre indefectível com a gola da camisa polo aparecendo por cima da blusa de lã xadrez. Xadrez como a roupa do cachorro vestido . Óculos escuros. Nela, não no cachorro.

De banco em banco da praça, senta-se com alguns, caminha com outros. Responde a todas as pesquisas de opinião que rondam a Liberdade (a praça!). E ela se deixa ficar. Até quando eu não sei. Um dia ainda fico para ver seu final, ou melhor, seu destino.

Quem sabe a sigo por detrás das árvores, depois dos carros, a descobrir quem é esta senhora e por que diabos passeia ser cachorro VESTIDO, TODAS as manhãs, a manhã toda.

Aposentadoria seria uma resposta pouca, vazia, insuficiente. Ademais, a senhora não me parece idosa. Me parece, antes, assim, em termos pouco graciosos, coroa.

Aposentadoria, solidão, loucura. Para quê mesmo eu quereria uma razão? Feliz a senhora do cachorro vestido se tem as dela ou se delas não precisa.

Razões suficientes, parece, as tem o senhor meu vizinho de fugir de meus olhares e meus passos intermináveis around the square. Razões que compreendo.

Eu que o encontrava, o senhor meu vizinho, no elevador do edifício Sobrado, subindo ou descendo correndo com seu terno e sua pasta de couro preta.  Ele que corria entre 'bons dias' e 'boas noites', queda-se sentado em um banco, escondido por trás de uma estátua.

Me evita. Nenhum bom dia. Eu passo olhando para o outro lado, para o Palácio do Governo, solidária a sua frustração de se descobrir, de repente, desnecessário dentro de casa, afastado da dignidade de seu terno, sua pasta preta de couro, sua pressa e seu estresse.

Sua mulher decerto move céus e terra, quer dizer, mesas e cadeiras, panelas e frigideiras, por toda a manhã! E nesta turbulência matinal, a presença do marido rondando, tornou-se um estorvo.

Ele que, há décadas, só chegava à hora do almoço, para sair hora e meia depois, fica agora sapateando o chão  encerado, farejando as panelas, rondando.

Até tenta ler seu jornal no quarto, na varanda, calado e quieto, quase invisível. Quem dera. Lá vem a mulher de vassoura, rodo, pano de chão, todo o arsenal. - Levanta o pé, tira o sapato, não pisa aí, dá licença um minuto!

Refugiou-se na praça. Acreditou-se confortado por um possível anonimato, buscando em seu conforto, a fuga das justificativas, que ninguém pediu. Decerto pergunta-se: para que, afinal?

Quisera eu não causar-lhe o tormento de procurar o anônimo sossego em outros sítios!