texto de 2000 encontrado perdido (!) |
Fiquei muito tempo pensando se iria direto ao ponto, postando somente um meu texto antigo que achei perdido em casa ou se faria legendas, contextualizações, etc e tals para aquele texto encontrado e identificado!
É que achei aqui em casa, em Nova Era, entre as minhas intermináveis caixas de mudança vindas de SP (há quase 5 anos!) uma especial, cheia quase totalmente de diários pós acidente. Diários do tipo agenda/HD externo, uma vez que me faltava a capacidade de processar lembranças, de qualquer peso, importância ou distância no tempo.
Bom, folheando os cerca de 30 caderninhos, para separar os que quero guardar, encontrei um anterior ao acidente, anterior a SP e que, folheando, vi datas de 2000, 2001 e 2003. Entre material de aulas de espanhol, de francês, de teoria e prática cambial, apontamentos sobre umas 10 faculdades e universidades na Espanha (será que eu queria uma pós ou mestrado lá?) e alguns poemas (não sabia que eu escrevia poemas, mas me reconheci neles), encontrei um texto que me identifiquei na primeira leitura. Não me lembrei de nada, mas sou eu! E quero trazê-lo aqui.
Até agora, então, era contextualização, somente aqui começamos a indagação DOS PAUS PARA A CANOA! Então, vamos lá:
Cansa-me o lado prático das coisas. Decido-me: vou fazer isto. Antes, quero fazer isto. Sim, porque antes mesmo que eu termine a sentença, uma palavrinha inútil se interpõe entre mim e meu projeto: como?
E aí gasto eu horas, meses (anos, sabe-se lá!) a devanear sobre os meios e recursos necessários. E lá se vai minha convicção, passadas as horas, os meses, sem que eu tenha respondido à palavrinha enxerida e arrogante.
Cansa-me pensar no meio de locomoção quando só quero chegar. Pensar no dinheiro, quando só quero ter. Deus, como me cansa pensar com quantos paus se faz uma canoa.
Dormindo somos mais eficientes. Sonhando, querendo, temos! Não há meios, recursos ou dificuldades que se interponham ou nos impeçam do que seja. Se quero subir às nuvens, imediatamente estaciona uma nuvem a meus pés.
Mas todo o resto requer caminhos e (des)caminhos. Às vezes longos, difíceis e ainda assim incertos.
Talvez por isto minha inclinação por SONHAR!