Em poética incursão pela dança, Antunes Filho nos traz ‘Foi
Carmem’.
Frente a arquétipo tão forte de nosso ideário, Carmem
Miranda, Antunes Filho nos propõe uma desconstrução de todo e qualquer paradigma
em termos de linguagem narrativa. A base do trabalho não é textual e a palavra dá
lugar à expressão do corpo.
Nesta ‘dança-teatro’, a linguagem é intuitiva e se revela
por meio de gestual, expressões, inflexão da voz, vestuário e adereços. É a linguagem narrativa na ‘gramática de nosso
inconsciente coletivo’, como nos conta o próprio Antunes.
É uma montagem sem palavras onde o diretor faz ainda uma
homenagem ao dançarino japonês Kazue Ohno, em comemoração a seu centenário. E nos custa fazer tal conexão, samba e butô, ainda que, coreograficamente
haja, efetivamente, um momento de união.
Em enredo mínimo, estamos
de frente a uma menina que sonha ser Carmem Miranda, dando seus passos
para tal, literalmente. Em um segundo
momento, vemos um vulto sempre de costas. FOI Carmem… A música, no entanto,
persiste nos LPs.
Estimulante e intrigante porque linguagens que se misturam, se entendem e se expressam no corpo.
Estimulante e intrigante porque linguagens que se misturam, se entendem e se expressam no corpo.
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