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sexta-feira, 20 de julho de 2012

eterno personagem de si mesmo





Quatro estórias que têm no cenário sua única interseção. É  a capital Italiana, em ‘Para Roma com Amor’, o único denominador comum destes segmentos que nunca se cruzam.

E Roma, neste Woody Allen, mais que cenário, é personagem. Na música, na subjetividade e eloqüência dos personagens e nos cenários, claro, Roma ganha vida.

O travelling inicial da câmera nos coloca em passeio por ruelas calçadas que emanam forte intimidade. E identidade. Apesar de, notoriamente na Itália, estamos em casa. E não é o jazz o condutor deste ‘travelling’. São músicas tradicionais d’Itália. ‘Tutti buona musica.’

No primeiro dos incomunicáveis segmentos, um casal americano vai a Roma para conhecer o noivo de sua filha. Aqui, é Woody Allen, eterno personagem de si mesmo, “thinking out of the box” e nos matando de rir com vários estereótipos/clichês de si mesmo.Um outro pedaço traz ‘Leopoldo’ um homem comum que é dado como famoso pelas multidões e pela mídia, sem razão de ser, tanto para uns quanto para os outros. Ou para ele mesmo. Na melhor delas, um arquiteto de sucesso, de férias pela Europa, tem um encontro ao acaso com um estudante de arquitetura de seu país. Não demora para que o arquiteto sênior principie uma sessão de conselhos amorosos ao ‘júnior’, ficando, para nós, a forte sugestão de que um é o alter ego do outro, ou a imaginação, ou algo que o valha. Na última e mais sem graça das estórias, com ar de folhetim, um homem provinciano chega à cidade para discutir uma oportunidade de trabalho, ao lado de sua mulher. Reviravoltas mil acabam fazendo com que ele tenha que apresentar uma prostituta como esposa à sociedade Italiana, enquanto sua esposa se vê às voltas com astros do cinema.

Das histórias todas fica Roma enquanto personagem. O olhar ‘turístico’ de Woody Allen sobre a cidade nos dá enorme prazer em ‘debruçar’ sobre ela e sobre sua cultura e dá, inclusive, vontade de conhecer. Fica Woody Allen representando a si mesmo. Irretocável. Fica um filme divertido de assistir e ficam as boas referências de sempre da filmografia de Allen, que já se tornou adjetivo.

Não é um ‘Meia Noite em Paris’ mas é um Woody Allen!

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