Representando a si mesmo, carregado de auto ironia, ele, como
sempre, faz rir e continua
surpreendendo.
Em apresentação no projeto ‘Álbum’ do SESC, que resgata
títulos expressivos da discografia da música brasileira, Tom Zé comemora 40
anos de ‘Todos os Olhos’, grande disco do ícone tropicalista. No palco, o
músico remonta o repertório do álbum, reencenando, por vezes, o show de
lançamento, eterno personagem de si.
“Uma música bem situada naqueles ‘anos’”, ele nos introduz,
já começando o show carregado de um tom lúdico e uma auto ironia que ele traria
consigo noite adentro. A brincadeira era com a capa do álbum, fonte de polêmica
à época; um olho que seria, inicialmente, uma bola de gude encaixada em um ânus.
Suas contextualizações dramatizadas, remontando o período de
lançamento eram tão mergulhadas em brincadeiras carregadas de nonsense que nos
levavam muitas vezes a questionar a
sanidade daqueles no palco, do personagem e do autor. Mas no instante seguinte,
ele dá provas de sua autoironia e uma crítica velada-explícita (se isto é
possível).
A certa altura, em uma equação exponencial com os (seus)
outros músicos, ele faz jingle de si, de sua carreira e seus álbuns históricos.
Jingle em inglês, em referência ao momento em que ‘Tom Zi’ ficou conhecido e
ganhou respaldo internacional.
Experimentações, misturas, novos ritmos, encenações de si
mesmo.Tom Zé se inventa e se diverte no palco e nos diverte a todos na
sequência e mostrando o resultado de sua inventividade fora dos padrões, com
canções pinçadas de uma época e de um álbum expressivos de nossa história.
Da-lhe Tom Zé!
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