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domingo, 24 de agosto de 2014

trilhando poesia



Era história e era poesia; era Minas e era Drummond. Eram múltiplos contornos líricos/afetivos de muitos causos feitos poesia. “Nunca me esquecerei desses acontecimentos na vida de minas retinas tão fatigadas”. 

Minhas retinas, meus sentidos todos, minha percepção, acostumados  que estão ao modo ‘fast foward’ de São Paulo se deleitaram com as razões poéticas Drummondianas para ‘tudo-tanto’. Porque “o espírito de Minas me visita e sobre a confusão desta cidade onde voz e buzina se confundem, lança teu claro raio ordenador. Conserva em mim ao menos a metade do que fui de nascença e a vida esgarça”.




É que estávamos dia destes, eu, meu pai, minha mãe e minha avó, passeando pela poesia mineira. Visitávamos os caminhos Drummondianos, museu de território que evidencia a relação do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, com Itabira, sua origem e contexto poético, muitas vezes, trazendo à tona pessoas, fatos e locais, parte de sua vida, e, portanto, de suas palavras. É a confluência de seu cotidiano, sua geografia e sua poesia.



Ali conhecemos, com Elane Moreira, uma guia entusiasmada e conhecedora do universo em que nos conduzia, poética e historicamente, o Memorial Carlos Drummond de Andrade, obra do poeta das formas, por sua vez, Oscar Niemeyer. 



E fomos aprendendo, durante o dia, entre visita e outra a diversos pontos da cidade apontados como relevantes em sua vida e obra, que Drummond transformava seus tempos e movimentos em palavras, em tom maior. 



Arquiteto das palavras, ele fazia verso da vida como ela é para nós, em prosa. Sua poesia está nas esquinas, nas pessoas, no cotidiano itabirano. Em seu fascínio pela palavra, transformava a vida cotidiana em poesia.



“Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos…” Aprendemos também de sua fascinação pela palavra escrita. E nisto me identifiquei. A equação das palavras e os sentidos projetados.  Mágica, fascínio que também me excita e me conduz o lápis.Aquelas formas visuais curvas ou lineares , projetando sentidos, sentimentos, cores,  geografia, tempos e movimentos… E com Drummond, através de Drummond, parte forte do sentimento em torno de Minas.





“Quando vim de minha terra, se é que vim de minha terra”, aprendi a identificar e admirar os traços que nos dizem mineiros. Mas Itabira, Drummond e seus causos ora se confundem em meus significados. E permanecem em mim.


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