Hoje minha última fita de Nosso Senhor do Bonfim arrebentou.
Última de duas únicas. Duas ganhas pós-acidente.
Duas detentoras de meus seis desejos incrédulos em artífices desta natureza.
Sim, eu desejei sem acreditar no poder de qualquer força
oculta ou religião ou conto de fadas. Mas desejei me aplicando, eu mesma,
fazendo e acontecendo.
Foram tempos felizes estes de recuperação porque permanente
e favorável. Em curva de ângulo tímido, devagar, mas sempre. A contabilidade
sempre positiva foi estímulo sem eira nem beira para a virginiana que mede o
caminho, conta os passos e projeta o alcance. E para a poliana que sabe bem
medir as boas respostas que teve do
corpo, que ainda tem da mente e acredita que sempre terá da vida, por seu olhar
determinado e afirmativo.
Eu me superei literalmente, porque meu maior obstáculo estava
em mim. No que me tornei, ou me tornaram; o acidente me tornou. Superei o
DESequilíbrio, a DEScoordenação motora, a DESmemória e o déficit acentuado no
raciocínio lógico. Superei. Contra fatos não há argumentos. Em que medida? Aí, a resposta anda a gosto do
freguês. Para mim, cerca de 80%. Para muitos, (muito) mais!
De acordo ao pedido ao Senhor do Bonfim, via três nós dados e
repetidos, não há medida numérica. A tônica do pedido era de superação. Não era
recuperar o que era antes porque antes já não existe, ficou lá atrás, com o
acidente. Era superar as sequelas que me afligiam e se faziam quebra molas para
meu corpo e minha cabeça, principalmente.
E a última fitinha veio, se desfez e me segredou que está
feito. O acidente é hoje passado e história para contar.
Era uma vez um acidente…
P.S.: A homenagem ao Senhor do Bonfim é muito antiga na Bahia, embora haja controvérsias sobre sua origem portuguesa ou africana. Os estudiosos de mitologia negra dizem que a Lavagem das escadarias do Bonfim, na Bahia, é uma cerimônia que tem origem na África, em homenagem à divindade yorubá Oxalá. Taí a legenda do título sincrético!
P.S.: A homenagem ao Senhor do Bonfim é muito antiga na Bahia, embora haja controvérsias sobre sua origem portuguesa ou africana. Os estudiosos de mitologia negra dizem que a Lavagem das escadarias do Bonfim, na Bahia, é uma cerimônia que tem origem na África, em homenagem à divindade yorubá Oxalá. Taí a legenda do título sincrético!