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domingo, 7 de setembro de 2014

improvisadamente intenso


Às vezes com um baixo, com bateria  ou com clarinete, outras vezes só. Sempre virtuoso e intenso.

Em longos e sofisticados monólogos ou em bem arranjados embates com os membros de seu quarteto, juntos ou separados, Harold López-Nussa, cubano, pianista de jazz, armado de piano e teclado eletrônico, aqui juntos e misturados, deu fortes mostras de seu virtuosismo e seu fôlego em apresentação no festival ‘Jazz na Fábrica’, no SESC Pompéia.

Num show de intensidade incomum, descobri imenso prazer em marcar os passos de seguidas sessões de improviso. Um músico parava ou estimulava outro via equação de acordes ou, mais intensamente, provocava ou entrava em outro monólogo. Muitas vezes, sentindo os músicos estudando o melhor momento para entrar, dava palpites dentro de mim: “agora seria o momento ideal para a entrada do clarinete”.

Fiquei emocionada de fazer parte daqueles devaneios musicais criativos, mais precisamente em meio a uma forte Jam solo de bateria.  Em outro momento, piano  + teclado eletrônico, os dois by Nussa, somados à bateria, entraram em eloquente e envolvente diálogo interminável. E da cadeira a gente se perdia naquele som sem roteiro. E que delícia se entregar e se deixar levar.

Piano, trompete, bateria, baixo. Era tanta a sintonia adivinhada  e conquistada a cada jammed session, que muitas vezes me soava à formação perfeita para este som inventivo e sempre novo. Ou não. Porque trazer o imprevisto,  em uma Jam, é a parte prevista do roteiro. O piano protagonista nos guiava em viagens mais vigorosas e intensas que um dia já imaginamos que qualquer teclado poderia nos levar.

Harold Lopez-Nussa. Uma apresentação suficiente para marcar um fôlego incomum, a força de seu jazz e pedir bis vida afora.


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