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segunda-feira, 4 de julho de 2011

MAIS do mesmo...

Sinto que vou me tornando quase budista nestes permanentes resgates e reconstruções de pequenos prazeres que a falta de memória ou a falta de equilíbrio ou a falta de coordenação motora me privavam. Estou aprendendo a montar este quebra cabeças chamado prazer, conhecido também como felicidade, nas menores peças. Prazeres pequenos e prosaicos constroem o sorriso em meu rosto e em meu peito, dia após dia.

E não, não tem sido difícil passar por tantas adversidades com este pano de fundo inspirador, de infindáveis redescobertas (lembrem-se, sou poliana!). Ontem me peguei sorrindo sozinha e por dentro ao me descobrir descendo um morro quase como uma 'pessoa normal'. Qualquer um que passasse por mim me confundiria facilmente com um pedestre qualquer, com um caminhar quase igual ao de todos. Sem os costumeiros solavancos, o trivial desequilíbrio e o mancar de sempre. E descendo um morro.

Hoje, acordei e me demorei um pouquinho na cama para ir à academia. Sem qualquer intenção ou esforço me lembrei de meu sonho no detalhe. Minha memória anda mesmo fazendo malabarismos para me provar que está viva afinal. E muito viva!

Até aí e em milhares de outros exemplos, é a redescoberta do prosaico, reinserção de momentos e movimentos quotidianos em meus dias. E já é, de fato, um prazer trazer de volta a meu dias hábitos outrora banais, mas, de repente impossíveis. Me descobrir novamente capaz do simples, do ordinário, que nas curvas do caminho perdeu o caráter de simples e ganhou o status de difícil, quase impossível.

Mas além do resgate de hábitos, do quotidiano, dos pontos e vírgulas de meus dias, a maior alegria está no resgate dos prazeres. Os pontos de exclamação de minha vida. Deliciosa redundância que vivo em cada detalhe, cada esquina, cada vírgula: prazer no resgate de prazeres: Voltei a dançar em pistas de dança. Sim, já havia voltado a 'dançar' em lugares como o Studio, há algum tempo. Mas sempre me colocava afastada do 'enxame' dançante, balançante, desequilibrante. E agora voltei a dançar no meio de tudo e de todos. Já foram duas vezes, para não ficarem dúvidas de que dei estes passos. Studio SP e Berlin! Dançar, por si, é uma puta vitória para quem não tirava os pés do chão. Dançar na pista do Studio e do Berlin é outra vitória, me igualando a todos em meio a um desejo profundo de ser igual...

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