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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

redes sociais e ... a linha amarela

A bola da vez...

Há dias, em meu trajeto diário ao trabalho, venho notando como o, um dia advento, hoje consolidação e 'onipresença' das redes sociais deram voz e uma clara e real possibilidade de visibilidade a todos. Se alguém os vê ou os ouve de fato, aí já entram outras questões (várias).

Mas o cidadão comum ganhou, sim, a possibilidade de se manifestar ou se posicionar diante do mundo a respeito de tudo e qualquer coisa... ou de coisa nenhuma. Microphone in hands...

A linha amarela do metrô SP pode ser classificada como um aparato modernoso do transporte público, ici, dans São Paulo. Conforto, design arrojado e facilidades mil. Mas os cidadãos que precisam dela no dia a dia, como yo, bem sabem que o buraco é beeeeeeem mais embaixo. Que um problema básico, estrutural, transforma as pretensas facilidades em dificuldades e desconforto. A questão que se coloca, por hora, e que todos sentimos, e muito, é o dimensionamento do fluxo ali em questão. Porque a linha amarela não comporta sua demanda. Minimamente! Todos os dias, tudo, muito. Às vezes (muitas) pára, simplesmente. O tal fluxo.

Seguimos todos, em formação coletiva, caminhando na direção definida. E os dois sentidos ficam entupidos. Porque ali não importa tua direção, você vai parar. Melhor, ser parado. Por todos os muitos excessos de um fluxo que não flui. E as falhas no sistema são o padrão da operação. Em função de uma alegada sobrecarga elétrica, anunciada paredes afora, por vezes (muitas) esteiras não funcionam, escadas rolantes tampouco, diminuindo e atolando , ainda mais, um ritmo que, por si, não dá vazão a seu movimento. E esta sobrecarga nos descompassa a todos. Por várias vezes, auto-falantes: 'senhores passageiros, este trem não prestará mais serviços. Pedimos que todos desembarquem na próxima estação e aguardem o próximo trem.'

E pues, o tempo todo, em todos os caminhos, todas as falhas operacionais do sistema, as pessoas ficam de celulares erguidos, tirando fotos ou filmando. Em outros momentos as filas atravancam ainda um pouco mais porque as pessoas, várias, seguem caminhando algo mais lentamente por estarem postando ou escrevendo algo no twitter, facebook, ou whatever. Vão as fotos, as informações, opiniões indignadas e adjacências.

Opiniões estas que por vezes se inflamam, verbalmente. Algumas vezes (poucas), vemos além dos celulares erguidos , sujeitos travestidos em cidadãos, indignados, brigando, não se segurando. Mas as 'mídias' sociais ganham este páreo. Porque as pessoas se contêm e não se permitem muita indignação, assim, ao vivo. Elas se contêm, calam e engolem seco.

Mas logo ali, nas 'mídias' sociais elas se dão ao direito de uma pretensa cidadania à flor da pele, ficando muito brabas, indignadas com o desrespeito, putas. Twitter, FaceBook e afins deram a todos um canal público e paradoxal e relativamente anônimo para que elas despejem tudo e qualquer coisa. Anônimo enquanto lhes resguarda do tête à tête, lhes enchendo de coragem para esta indignação ampliada.

Mas este é só UM exemplo, a dita bola da vez. Porque as 'mídias' sociais estão plantando em todos uma forte cultura de vida pública. Psicólogos, fiquem a postos que aí vem terreno para vocês. Quem sabe uma rede social de análise?!?!

3 comentários:

  1. ah, se você tivesse postado este texto antes do ENEM! não ia faltar inspiração pra fazer a redação hahah

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  2. Ah,se todos lessem isso!!! Otimo teexto,parabéns!

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