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domingo, 22 de janeiro de 2012

identidade musical imediata e absoluta - Júnio Barreto


Júnio Barreto - Serenada Solidão


Ontem fui a um show do Júnio Barreto, no SESC Ipiranga.

Júnio Barreto, que apesar de ter longeva existência musical, conheço há pouco tempo. Conheci através de uma amiga assim, tão apaixonada, em termos musicais, quanto sou eu, quando rola esta tal identidade. E foi entrega imediata. À primeira canção eu já sabia que estava diante de outra identidade musical absoluta. Sim, tenho muitas, mas umas mais ‘mais’ que as outras. Umas que entram pelo ouvido, passam e se instalam no peito, chegam às vísceras e até à pele.

Apesar de minha única relação com música ser pesquisar (muito), ouvir (all day long) e gostar (melhor, me apaixonar!), não toco ou canto NADA, só no chuveiro, sozinha em casa… Apesar de tudo isto, sei que aquilo ali sou eu. Escuto a música e me identifico em trechos vários. Seja na harmonia ou na composição, no conteúdo.

E com Júnio Barreto foi assim. Identidade extrema e imediata. Sua música, cheia de uma personalidade regional, ainda que cosmopolita, emociona pela delicadeza e intensidade, a um só tempo. Ele nos traz sambas doces, de forte personalidade, conduzidos com alguma melancolia.

Apesar de viver por aqui já há algum tempo, guardou os ritmos do agreste consigo. Suas canções, recheadas de vocábulos recriados, nos levam a Guimarães Rosa e nos trazem os falares do agreste e do sertão. Brasilidade.

Que bom, Júnio, que ainda pequeno você começou a notar que a distância entre Caruaru e o resto do mundo era menor do que diziam os livros de geografia, e as fronteiras inexistem para a música. Porque assim fomos presenteados com esta tua música de forte pegada regional e cosmopolita, a um só tempo. Li que São Paulo, aos poucos, está se rendendo ao seu novo inquilino. Eu já estou rendida!

Um comentário:

  1. Essa de não tocar nada, desafinar sempre e não largar a música prá nada, sei bem como é.
    Márcia araújo Guerra

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