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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

o outro

Hoje tenho larga visão de cantos de minha vida, muitos deles. E o que me enche de prazer e derrama sorrisos em meu rosto é conseguir ver pelas frestas da vida que estes cantos, todos eles, estão muito recheados de pessoas. Cheios. Todos os cantos onde morei, estudei, trabalhei, convivi, em todos eles, construí relações que, em sua maioria, de alguma forma permanecem. E taí um grande valor que encontro nos dias que vivemos, os ditos nossos; em nosso cotidiano. Um valor pelo qual viver, lutar, querer mais. Minha recompensa para toda dificuldade e adversidade. Pessoas. E está no outro, acredito, a transcendência ao nosso alcance.

Sim, porque ser agnóstica, não acreditar em nada além disto que vivemos, torna questões como transcendência, deus, vida após a morte, espíritos e afins, de fato irreais para mim. Nossa vida, EM MINHA OPINIÃO, se resume aos dias que passamos por aqui. É o que está ao alcance de minha compreensão e portanto, do que acredito. Quero dizer, na verdade, não sei... Não tenho a pretensão de ser a detentora de qualquer explicação para qualquer coisa. Neste ponto sou partidária de Sócrates: só sei que nada sei.

Mas, EM MINHA OPINIÃO, a única possibilidade que temos de transcender esta existência é o que fica de nós no outro. Nas lembranças, no que cultivamos, fazemos crescer, no que ensinamos, nos sentimentos que investimos e que guardam de nós. É esta, para mim, nossa real possibilidade de transcendência, o ‘paraíso’ ao nosso alcance, no qual podemos investir. É a outridade como princípio!

Então, o que sei dizer é que pessoas sempre foram um ingrediente muito importante de meus dias. E faço sempre questão de trazer à tona estes sentimentos que me movem, me fazem crescer, querer e buscar sempre mais. Gosto muito de deixar claro aos personagens de fato do livro de minha vida, falar do papel deles em minha, em nossa amizade, relação, nosso pedaço de vida... E assim tirar nossa relação dos braços do acaso. Porque um valor que tenho muito forte em mim é a consciência de nossa responsabilidade por manter em nossa vida o que veio até nós como fruto do acaso. Nossas atitudes decidem muito do peso que relações podem vir a ter em nossos dias. E quero adubar esta responsabilidade na qual acredito e trazer sempre às pessoas ao meu redor uma extensão de meu carinho, minha amizade, meu amor. Para que cresçam, sempre.

O que se tornou até mesmo um princípio de vida egoísta: buscar no(S) outro(S) meu sorriso, meu amor, o que me move. Em todos os cantos de minha vida!

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