Mais do Mesmo
Escavações arqueológicas em minhas gavetas, arquivos e armários têm, também, me revelado a mim mesma. E têm representado uma soma significativa à personalidade de alguém que um dia perdeu a identidade.
Vasculhando meus 'guardados' dia desses, sim, porque só se pode chamar de guardados coisas assim, amontoadas, como as minhas. Mas vasculhando-nos tive o prazer e a surpresa de me encontrar em textos dos quais não me lembrava. Vários. E reconhecer-me.
Leio, não me lembro de ter escrito qualquer daquelas palavras, mas sou eu!
Um amigo me disse dia desses que pode escutar minha voz em um texto que escrevi. Pues... E para mim, neste caso, é como se me olhasse no espelho. Porque estou neste achados, nestes meus textos que encontrei, nas vírgulas, no vocabulário, nas exclamações, nas maiúsculas, na lógica, nas viagens.
E este é um exercício, Renato, que me traz um prazer inexplicável. Leio um texto estranho e sei que estou ali... Meu olhar, meu gosto, minha identidade, minhas negações e críticas. Até meu nariz avantajado vejo neste espelho. Ou seja, me enxergo melhor em características que trago assim, fora do padrão.
Que exercício saboroso. Refazer, no detalhe, uma identidade perdida. É um mundo de possibilidades à espreita! Me assalta sempre a pergunta: será que eu já conhecia, já sabia, já fazia? E aí me entrego ao que quer que seja sabendo que no meio do caminho haverá uma pedra, caso eu conheça ou saiba. Que vou 'tropeçar' e perceber... 'peraí, isto aqui me parece que já conheço...'
E encontrar comigo mesma em textos, vocabulário, idéias, opiniões, retórica tem me iluminado por dentro e me apresentado a alguem que eu acho que no fundo eu conheça, eu mesma!
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