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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

reviver, reaprender, redescobrir...

O prefixo RE parece ter se tornado a base de meu idioma. Denominador comum de meu cotidiano, minhas ações e meus projetos. REconstruções, REdescobertas, e resgates têm se mostrado os termos que melhor definem o que vivo hoje, ao dia. Sigo REaprendendo e me REconstruindo. “Refazend’o’ toda, guariroba!” E são refazendas, Gil, com saborosos ‘pré-conceitos’imersos e ocultos, mas envolvendo e re-definindo todo e cada tema, todo e cada fato.

Calma, calma que eu já me explico.

Com a perda de parte da memória, a dita recente, somada à gravidade do acidente que vivi (sofri não, vivi ... e sobrevivi!) perdi algumas referências de meu gosto, meu prazer, minhas atividades. . Música, cinema, literatura, paladar. Me esqueci de muito do que vinha vivendo ultimamente nestes campos; do que fazia para alimentar o espírito. Filmes, livros, viagens, foram páginas rasgadas do livro de minha vida. Sei que vi, li, vivi, se gostei ou não e ponto final. E estão aí meus ‘pré-conceitos’ acerca de tudo. Uma pré-validação de algo de que não me lembro quase nada. Sigo, inconscientemente, REconstruindo prazeres, em absoluta consonância com meu passado. Redescobrir e REaprender a ler Saramago, Rosa, Caio, entre outros, por exemplo. É como ler pela primeira vez, mas de novo. Já sabendo que havia aí uma admiração e uma identidade

E junto a esta perda de referências aconteceu também um processo profundo de ‘des’aprendizado. Do ‘modus operandi’ de ‘atividades, físicas ou mentais, de meu 'modus vivendi', do que fazer para chegar onde quero, em campos muitos.

E tenho tido grande prazer no aprendizado prático que não há falta de memória que desconstrua uma identidade. À medida que a vida nos coloca frente a frente a algumas situações, nossa resposta se define sobre alicerces antigos, ainda que ocultos. Não nos lembramos que era assim ou assado mas agimos assim ou assado em consonância com um perfil e um caráter construídos e enraizados em nós.

Reviver prazeres, como pela primeira vez, de um gosto consolidado. O paradoxo estendido na areia. Se reaprender, se reconstruir. Ter o privilégio de uma segunda primeira vez. E com a vantagem da gente se conhecer um pouquinho melhor que da primeira vez efetiva em tudo! E aí sabemos onde pisar, que força imprimir, o que buscar...

E seguirei me Reaprendendo, me Reconstruindo, me Redescobrindo, como se fosse a primeira vez!

Um comentário:

  1. Lúcia Pinheirojaneiro 08, 2012

    Poli, seus textos me emocionam sempre...
    Para vc de PABLO CASALS:

    "Estou renascendo cada nova manhã.. é o momento de recomeçar a viver"

    Bjos

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