a louca da casa é a imaginação. são estes devaneios autônomos que nos tomam. todos os pedaços de pensamento que ganham vida própria e deixamos crescer indefinidamente. as possibilidades. os personagens. as opiniões inflamadas. os outros. a louca da casa é um livro da rosa montero que me despertou a vontade de escrever sobre tudo e sobre qualquer coisa. a louca da casa é o diabo na rua, no meio do redemoinho.
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quarta-feira, 18 de abril de 2012
xingu e a reconstrução da história
Uma visão de nossa própria origem. Do que fomos e ainda somos. Um olhar sobre este outro que, afinal, está em nós, somos nós.
Xingu, o filme, uma reconstituição da história de uma das peças de nosso quebra-cabeças particular, tão único e a um só tempo tão múltiplo, a identidade do povo brasileiro.
E o filme tem os contornos de um épico. Uma aventura histórica, de características épicas, com gostinho Tupinquim. Melhor, Xinguano.
O filme se solidifica como registro de um pedaço de nossa história. Registro que resgata, e retrata, o período da ‘Marcha para o Oeste’, estabelecida pelo governo Vargas, preocupado com as terras do sertão central. A expedição Roncador Xingu visava mapear a então desconhecida região e ocupar pontos estratégicos em nome da segurança nacional.
Aí se inserem as figuras dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo; os Villas Boas, que integraram a ‘Roncador Xingu’, em sua marcha para o oeste e terminaram por ‘dar fronteira’ aos índios, criando o Parque Nacional do Xingu e buscando, a longo prazo, integrar o índio.
Uma odisseia de quase vinte anos, dos primeiros contatos com os indígenas à criação do parque.
O fato de se fundar em pesquisas, na reconstrução de uma história que é nossa é um grande mérito do filme. A identidade brasileira se faz sentir logo à exuberância das imagens fluviais de entrada. É Brasil, somos nós.
Roteiro enxuto, produção cuidadosa, impecável, grandes atuações e bela fotografia.
A emoção de uma outra realidade. Outra, mas nossa. O índio, o outro, nós, brasileiros.
Xingu, o filme, uma reconstituição da história de uma das peças de nosso quebra-cabeças particular, tão único e a um só tempo tão múltiplo, a identidade do povo brasileiro.
E o filme tem os contornos de um épico. Uma aventura histórica, de características épicas, com gostinho Tupinquim. Melhor, Xinguano.
O filme se solidifica como registro de um pedaço de nossa história. Registro que resgata, e retrata, o período da ‘Marcha para o Oeste’, estabelecida pelo governo Vargas, preocupado com as terras do sertão central. A expedição Roncador Xingu visava mapear a então desconhecida região e ocupar pontos estratégicos em nome da segurança nacional.
Aí se inserem as figuras dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo; os Villas Boas, que integraram a ‘Roncador Xingu’, em sua marcha para o oeste e terminaram por ‘dar fronteira’ aos índios, criando o Parque Nacional do Xingu e buscando, a longo prazo, integrar o índio.
Uma odisseia de quase vinte anos, dos primeiros contatos com os indígenas à criação do parque.
O fato de se fundar em pesquisas, na reconstrução de uma história que é nossa é um grande mérito do filme. A identidade brasileira se faz sentir logo à exuberância das imagens fluviais de entrada. É Brasil, somos nós.
Roteiro enxuto, produção cuidadosa, impecável, grandes atuações e bela fotografia.
A emoção de uma outra realidade. Outra, mas nossa. O índio, o outro, nós, brasileiros.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
sentimento feito movimento
Uma experiência estética única. Uma expressividade densa revelando uma linguagem corporal. Na delicadeza de um teatro dançado, Pina Bausch nos diz muito em sua linguagem sem palavras. O corpo fala.
É Win Wenders quem nos traz Pina 3D, filme sobre vida e obra de Pina Bausch. Mas não, não se trata de um retrato biográfico da coreógrafa. O filme se utiliza de seu idioma particular para falar sobre ela. A dança. E é sua criação o que colore a tela e nos enche os olhos.
Pina aparece muito pouco. Os principais bailarinos do Tanztheater Wuppertal, grupo que era dirigido por ela, encenam alguns dos mais consagrados espetáculos do grupo. E fizeram do documentário um tributo.
O filme nos traz a delicadeza de um teatro dançado, movimentos redesenhados com poesia. Ali o que se destaca não é a coreografia, eventuais malabarismos mas o drama imerso nos movimentos, nas expressões. Deixo a palavra com Fellini: “O que Pina conta no palco é um teatro dançado que liberta todas as inibições; é festa, jogo, sonho… Mas é um conforto que se esvai aos poucos, porque o que a gente quer é que toda essa harmonia, toda essa leveza não acabe nunca e que a vida seja assim ".
Ainda imersa na atmosfera onírica do filme e dos espetáculos que ele nos traz recorro agora à própria Pina para uma conclusão: “Algumas coisas nos deixam sem palavras e aí, então, recorremos à dança.”
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