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quarta-feira, 11 de abril de 2012

sentimento feito movimento

Uma experiência estética única. Uma expressividade densa revelando uma linguagem corporal. Na delicadeza de um teatro dançado, Pina Bausch nos diz muito em sua linguagem sem palavras. O corpo fala.
É Win Wenders quem nos traz Pina 3D, filme sobre vida e obra de Pina Bausch. Mas não, não se trata de um retrato biográfico da coreógrafa. O filme se utiliza de seu idioma particular para falar sobre ela. A dança. E é sua criação o que colore a tela e nos enche os olhos.
Pina aparece muito pouco. Os principais bailarinos do Tanztheater Wuppertal, grupo que era dirigido por ela, encenam alguns dos mais consagrados espetáculos do grupo. E fizeram do documentário um tributo.
O filme nos traz a delicadeza de um teatro dançado, movimentos redesenhados com poesia. Ali o que se destaca não é a coreografia, eventuais malabarismos mas o drama imerso nos movimentos, nas expressões. Deixo a palavra com Fellini: “O que Pina conta no palco é um teatro dançado que liberta todas as inibições; é festa, jogo, sonho… Mas é um conforto que se esvai aos poucos, porque o que a gente quer é que toda essa harmonia, toda essa leveza não acabe nunca e que a vida seja assim ".
Ainda imersa na atmosfera onírica do filme e dos espetáculos que ele nos traz recorro agora à própria Pina para uma conclusão: “Algumas coisas nos deixam sem palavras e aí, então, recorremos à dança.”

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