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quinta-feira, 12 de julho de 2012

participação especial




Minha agenda do SESC daquele domingo trazia um lembrete de um show, de ingressos comprados, do qual eu não sabia nada a não ser a participação especial. Era um show de um grupo chamado Delicatessen com participação especial de João Donato.


Em meu dia D de definições de toda a programação cultural do SESC para o mês, o dia primeiro, vi este show listado e vi que traria participação do João Donato.

João me tomou pela mão e conduziu minha imediata decisão afirmativa. Se o grupo traria participação dele, isto pressupunha alguma identidade musical, ainda que ligeira. E isto me bastou.

Comprei. E fui.

Aprendi que Delicatessen apresenta releituras de clássicos do jazz no tom da bossa nova. Standards da própria bossa e do jazz, em arranjos sofisticadamente elaborados e muito delicados.

E João Donato mostrou que sua participação naquele show, naquele repertório, naquele ritmo era algo além de especial. Seu piano doce e aquela voz entoando uma bossa de murmúrios, um vocalize meio bossa n'roll,  nos levava a outro tempo, a outros ares. Músicas cheias de significados 'paratodos', parte de nossa memória musical coletiva. Referências de uma época, de um movimento.

Clássicos do jazz com arranjos bossa-nova... Um som intimista de arranjos elaborados e particularmente doces. Um solo de bateria no meio de toda bossa, inusitadamente delicado, foi um deleite.

Não era a clássica (e também saborosa, em outra dimensão) profusão de instrumentos do universo rock, ou do universo indie, ou do universo folk.

Não era uma profusão de instrumentos.

Ouvia-se 'espaço' para a melodia','espaço' para o silêncio.'Espaço' para o aplauso.


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