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sábado, 9 de março de 2013

o som e a fúria


Indo de Villa Lobos a Radiohead, de Chopin a Luiz Gonzaga e misturando todos, Vítor Araújo surpreende. Surpreende não só pelo novo, pelo experimental, pela mistura pulsante que traz, mas pela qualidade inquestionável, pela  imersão e conseqüente catarse que aparenta experimentar em seus shows, através de sua música.

Vítor Araújo, com seus 18 anos, subverte uma nossa idéia de concerto, misturando música contemporânea e popular com erudita. Brincando com as canções, trocando sua ‘roupagem’, como diz gostar de fazer, ele nos propõe um quebra cabeças onde peças absolutamente distintas teimam por se encaixar. E o fazem.

Neste ritmo, em show no teatro do SESC Pompéia, ele apresentou seu quase primeiro álbum; A/B. É que o primeiro, de fato, foi um registro ao vivo de um show e o A/B vem recheado de composições próprias e (inusitadas) releituras.

Durante a apresentação, ele parece pulsar no ritmo da música que produz. Parece estar dentro dela.  Por isto um ‘recurso cênico’ utilizado, legendando o que seriam suas falas, pareceu uma solução muito útil para um artista visivelmente imerso. Em bem humorado, mas silente, diálogo com o público, ele se traduz nas legendas e nos apresenta seu experimentalismo total. De música, de atitude, de palco, de forma.

Experimentando toda a intensidade proposta; imersa, também, mas em algo  que não conseguia dimensionar, pensei na elevação que a música algumas vezes provoca. Uma elevação que nos colocaria algo além do humano.

Mas não... retifiquei imediatamente, ainda no pensamento. Não crescemos além... O humano é grande. Músicas assim refletem o humano em sua faceta mais sublime.

Pausa para respirar.


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