E de
toda canção se fez emoção nesta ‘Uma Travessia’. Uma não, mil, porque Milton! A minha, pela arte e pela poesia, embaladas
pela nostalgia; a dele, por seu repertório e pelas ‘esquinas’ de uma produção
mineira conjunta; a do maravilhoso show que trazia este nome; Travessia.
Comemorando 50 anos de carreira, Milton Nascimento, o nosso
Bituca, apresenta o espetáculo (substantivo e adjetivo) ‘Uma Travessia’, junto
a Wagner Tiso e Lô Borges, amigos de infância e ‘esquina’.
E ‘travessia’ afora, ele nos traz (aos ouvidos
e à memória) sucessos seus, do clube de que fizeram parte, os três, o da
Esquina, além de clássicos de Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Noel Rosa.
Foi um show derramando emoção. Em meio a repertório
absolutamente familiar e a um lirismo
embriagante, na voz e nos significados
das canções, a plateia se encantou.
Com sua
voz marcante, Milton nos carregou através de canções e nos embriagou com sua voz e seu ritmo. Para uma mineira longe
de casa foi um presente, colorindo a alma de uma nostalgia, de um sentimento
caseiro “porque de tudo se faz canção e o coração…”.
Como “sou do mundo, sou Minas Gerais”, sentia
a emoção fechando a garganta e as lágrimas inundando os olhos. E por ter “comigo as lembranças do que eu era”,
a memória afetiva, do tamanho da emoção, transborda.
Milton cala. Por respeito, reverência, admiração,
contemplação.
Ao final, absolutamente entregue e torporizada
levanto e bato palmas. Também por dentro.
“E lá se vai mais um dia…” E que dia!
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