Pincei um trecho de parágrafo de um texto do Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, visto (e debatido) em sala
de aula, ‘O segredo mais bem guardado da sociedade de consumidores’, guardei
embaixo do travesseiro e dormi pensando nele, dia desses.
E acordei querendo refletir um pouco mais sobre a questão. A certa altura,
ele afirma que todos habitamos o mesmo espaço social, o mercado. Qualquer que
seja o nicho a que cada um de nós, é encaixado pelos construtores de tabelas estatísticas.
Peguei esta afirmação, concordei com ela, mas saí pela
tangente. Me fixei em um seu acessório para minhas elucubrações
pessoais. Claro, vivemos o mercado em todas as esquinas de nossas vidas,
fazemos marketing de nós mesmos, estamos hoje em vitrine permanente.
Mas,esta informação que me fisgou é um complemento, digamos
assim, da afirmação do autor. As tabelas
estatísticas. Não vivemos hoje sem classificar, eleger, categorizar, tudo
visando um melhor uso da informação, em nome de um consumo e um marketing mais
direcionado. Com um acesso e uso mais aprimorado de infindáveis bancos de
dados, antecipamos qualquer iniciativa.
E as tabelas são parte de um ciclo vicioso que ganhou a
dinâmica de nossa sociedade de consumidores. Em
tempos de fetiche da subjetividade, o homem faz mercado de si e quer
pertencer a grupos estatísticos determinados, comprando um perfil.
Consome em função de determiná-lo. Assim, seu consumo alimenta estas tabelas estatísticas e a divulgação destas
alimenta, em retorno, a determinação de
perfis.
Já que somos assim
classificados, compramos um nosso perfil e nos encaixamos nas estatísticas.
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