“Viver de graça é mais barato”. E mais gostoso. E a graça da vez foi literária, mas musical; clássica, mas experimental; prazerosa e luminosa, enfim!
Não sei definir ou conceituar. É que para “muita
coisa importante falta nome”. Era um
sarau músico-literário. Eram Guimarães Rosa, Adélia Prado, e muitos músicos; eram várias
nuances da identidade cultural mineira, tudo junto misturado.
Em ‘maduro’ projeto seu, o espaço cultural
Casa dos Rosas, fomenta a arte via poesia, literatura e música. O ‘Chama Poética’
daquela noite trazia um grupo com os
pezinhos em Minas. ‘Identidades Gerais’ apresenta um pedaço da cultura mineira
através de três diferentes programas que
expõem suas regiões de origem por sua música e literatura. Mas foi um deles o
que me amarrou a identidade, o gosto e a reconhecença.
‘Estações do Rosa’, projeto de Três Marias, recheado
de contos e cantos, revisita a obra de Guimarães Rosa.
Eu, que não esperava nada além de meu frisson
habitual por arte, deixei que se acendessem luzes da identidade e me entreguei.
É que “no mais, mesmo, da mesmice, sempre vem
a novidade”. E eu ali, assistindo àquela apresentação falando e cantando “identidades
gerais”, ia percebeno que é quando a
gente sai de dendagente, é aí que as diferença se alumia. E vi “tudo diverso diferente, o que nunca tinha
visto”.
Vivendo em São Paulo há cinco anos, me
habilitei, creio, ao olhar do outro.
Para mim mesma. Hoje já posso e consigo, vez por outra, ser o outro me
olhando.
Eu que “quase de nada não sei, mas desconfio
de muita coisa” tenho pra mim que aquela poesia feita literatura, e feita música,
por fim; aquilo tudo é obra de um filósofo. Trasvestido, primeiro em médico, e
depois em escritor/poeta, Rosa nos traz a filosofia de algumas veredas, pura,
bela, inteira.
E as palavras roseanas, em tom de causo ou
musicais, coloriram a noite com uma aquarela incomum. Uma noite em tons de
familiaridade, nostalgia e poesia.
“Merece de a gente aproveitar, o bom da vida é
só de chuvisco”!
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