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domingo, 20 de outubro de 2013

como era no princípio

Gênesis - Sebastião Salgado


Nenhuma fotografia de Sebastião Salgado se encaixa na classificação de natureza morta. Mesmo  aquelas que privilegiam paisagens, seres,  ambientes naturais.

Não, fotos suas não se resumem à natureza porque a penetram e enchem de significado. Parecem nos contar sua história. Seu olhar parece nos falar da origem, do movimento, da fragilidade e da força.

Em exposição no SESC Belenzinho, um dos grandes projetos do fotógrafo, ao qual se dedicou nos últimos oito anos, ‘Gênesis’ é uma jornada em busca do planeta como nasceu. São paisagens terrestres que, apesar da destruição no encalço da história humana, permanecem intocadas em sua majestade. São povos e culturas primitivas, em retratos que nos revelam seus hábitos, rituais e costumes, pedaços de sua história.

Com sua expressividade incomum, ali revelada especialmente em texturas  e escamas, em sua sutil aspereza, Salgado nos convida a refletir e pesar uma reaproximação  de nossa origem, nossa legenda comum.

Diante de reproduções grandiosas de um olhar tão forte e particular, um paradoxo se instala em nós.  A fragilidade e a força, a um só tempo, daqueles ambientes e comunidades, por seu isolamento, sua simbiose, adequação natural um ao outro, por sua ‘Gênese’ conjunta e particular.


 Testemunhando flashes deste olhar incomum, a história nos vem inteira. Sebastião Salgado não se define como um fotógrafo, mas antes de tudo um contador de histórias. E ali, ‘lendo’ esta  sua obra, o entendemos, começo ,meio e fim.  

Um comentário:

  1. A obra de Sebastião Salgado consegue nos fazer refletir e extender a percepção da imagem para aquém e para além daquele instante congelado. Com seu estilo único, ele nos transporta para os confins do mundo, mostrando-nos a força e a beleza da natureza e apresentando-nos tamanha diversidade de povos e culturas. Bela exposição!

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