Do diretor mexicano Alfonso Cuarón, ‘Gravidade’ se mostra um
cenário de desconforto e risco permanente. Um pânico pela dimensão do desconhecido à
espreita.
A trama chega a ser simples. Três
astronautas no espaço, realizando consertos externos no telescópio Hubble , são
surpreendidos por uma chuva de destroços decorrentes da destruição de um
satélite por um míssil russo. Um deles morre e os dois outros ficam à deriva na
órbita da terra.
Um dos pontos mais expressivos do filme é a qualidade técnica da obra. A engenhosidade das cenas, em
envolventes e criativos planos sequência, a maior parte delas em pleno espaço,
deflagra, por um lado, um aspecto visual de tirar o fôlego e por outro a
máquina do universo em funcionamento, suas engrenagens girando. E o mundo
humano à deriva, via Clooney e Bullock, conscientes da dimensão da fatalidade
que os espreita … ou que já vivem.
De um roteiro simples, faz-se
grande narrativa. Com os protagonistas sendo submetidos a todo tipo de
contratempo em inóspito e hostil espaço, surpreende a maneira engenhosa que se
articulam, atores e imagens.
Gravidade acerta por sua
despretensão. Em nenhum momento Cuarón se mostra mais preocupado em transmitir
alguma mensagem existencial ou apresentar subtexto mais qualificado. O filme
não é, definitivamente, filosófico, mas suas imagens e contexto nos colocam
dentro de questionamentos. A dimensão questionadora fica a critério de quem
assiste. O filme não induz, mas deixa espaço para isto. Em cada um.
A hostilidade do universo nos
confronta com a solidão em seu estado mais puro e eloquente.
O visual deslumbrante de Gravidade, via excelentes efeitos visuais e sonoros, nos leva a um passeio pelo
espaço, colorido por forte tensão. Em um bom cinema 3D nos sentimos à deriva.
You try hard to understand that perfection, or even an average level of achievement.
ResponderExcluirThanks to see beyond the borders of our country. Brasil!