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domingo, 17 de novembro de 2013

solidão à deriva


Do diretor mexicano  Alfonso Cuarón, ‘Gravidade’ se mostra um cenário de desconforto e risco permanente.  Um pânico pela dimensão do desconhecido à espreita.

A trama chega a ser simples. Três astronautas no espaço, realizando consertos externos no telescópio Hubble , são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrentes da destruição de um satélite por um míssil russo. Um deles morre e os dois outros ficam à deriva na órbita da terra.

Um dos pontos mais expressivos do filme é a qualidade técnica da obra. A engenhosidade das cenas, em envolventes e criativos planos sequência, a maior parte delas em pleno espaço, deflagra, por um lado, um aspecto visual de tirar o fôlego e por outro a máquina do universo em funcionamento, suas engrenagens girando. E o mundo humano à deriva, via Clooney e Bullock, conscientes da dimensão da fatalidade que os espreita … ou que já vivem.

De um roteiro simples, faz-se grande narrativa. Com os protagonistas sendo submetidos a todo tipo de contratempo em inóspito e hostil espaço, surpreende a maneira engenhosa que se articulam, atores e imagens.

Gravidade acerta por sua despretensão. Em nenhum momento Cuarón se mostra mais preocupado em transmitir alguma mensagem existencial ou apresentar subtexto mais qualificado. O filme não é, definitivamente, filosófico, mas suas imagens e contexto nos colocam dentro de questionamentos. A dimensão questionadora fica a critério de quem assiste. O filme não induz, mas deixa espaço para isto. Em cada um.

A hostilidade do universo nos confronta com a solidão em seu estado mais puro e eloquente.

O visual deslumbrante de Gravidade, via excelentes efeitos visuais e sonoros, nos leva a um passeio pelo espaço, colorido por forte tensão. Em um bom cinema 3D nos sentimos à deriva.

Um comentário:

  1. You try hard to understand that perfection, or even an average level of achievement.
    Thanks to see beyond the borders of our country. Brasil!

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