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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

balanço final


Virginiana – agnóstica profunda   +  arteira + pessoas2 + poliana  =  pontos de exclamação (muitos!!!).

Taí uma minha fórmula, legenda de meus dias.

É que fiquei,  este fim de ano, pensando em  algo que me questionam sempre, todos ao meu redor, em balanço de fim de termo.   Minha receita (sou boa nisso, hein?!?) de superação, equação de um permanente bom humor depois de tudo. Abre parêntese,  depois de tudo equivale a depois do acidente, fecha parêntese. Assim, estas palavras vão se revelando um outro texto tirado de minhas historietas de recuperação, uma espécie de catarse pessoal,  em oportuno balanço de fim de ano, desaguando em fórmula.

Vamos à receita: pega uma moça que, em outro parêntese inicial, não acredita em nada do que não tenha os dois pezinhos fincados no chão. Religiões, lendas, mitos, horóscopo, whatever. Pega esta moça e soma o fato de, por aparente paradoxo, mas pura coincidência, ser absolutamente virginiana e mistura ainda a uma paixão sinestésica (pode?) por arte e  a um investimento de vida em pessoas. Pega tudo junto e misturado e soma a um último fato definidor de toda a epopeia: a poliana dentro dela.  Pobres das equações de primeiro e segundo grau perto desta complexidade desmedida. Começa por uma contundente negação (agnosticismo), inusitadamente somada a uma controversa definição (virginiana), substantivamente adicionada a uma paixão absoluta e poligâmica (arteS), ligadas ainda  a um exponencial norte na vida (pessoas) e pontuada com uma definição identitária absoluta (poliana).

Pois, a primeira parte desta equação, a moça virginiana sem religiões ou crenças de qualquer natureza, não ganhou, ao contrário do que se imagina, um ângulo espiritual em seu olhar. Não. Ela faz mágica em um terreno muito mais prático, beirando a 'gata borralheira'. Na medida em que se dota de afazeres, objetivos e metas, a curto e longo prazo, full time e ao dia, ela aí projeta  a vida, vivendo  regras e planos e tarefas. De ordem prática ou sonhadora.

Assim, tenho sempre o que fazer e o que projetar dentro da ordem prática do dia a dia e além, no inefável mundos das conotações, metáforas e sonhos. Se tenho, por um lado, que arrumar a casa, fazer compras, organizar o dia e a vida como ela é, trabalhando, estudando, visitando família em MG, cozinhando, recebendo, visitando, amando, indo, voltando, querendo, fazendo (uffffffffa), por outro me sobram também afazeres no campo da imaginação. Tenho de vir aqui, conversar com a Louca da Casa, tenho de planejar uma próxima viagem para não sei onde, não sei quando, tenho de frequentar os SESC da vida, ir às aulas de minha pós, a exposições de arte, cinema, teatro, estudo, literatura e um sem fim de afazeres culturais. Tenho, ponto. E, assim, quero.

Conduzindo esta  equação complexa,  nos deparamos com a arteira buscando e querendo mais, sempre.Um gosto por me pintar com as cores da música, do cinema, da literatura, das artes plásticas, desenhos, rabiscos e pinturas (sinestesia da arte, lembra?).

E me pintar por dentro, no gosto e na vontade de ser tocada n’alma intensamente como a arte bem sabe fazer, me afasta de qualquer possibilidade de depressão.

As pessoas. Ah! Vetor exponencial de meu caminho, retorno maior de meus investimentos vida afora.  Que ganho melhor ou maior que uma mão estendida em um momento de dor?  Carinho, atenção, dedicação, sorrisos, palavras. 

Tudo junto misturado a um jeito poliana de ser, no nome e na vida. A positiva, a do jogo do contente, a que sempre busca  um lado positivo em tudo. E encontra. Sempre.

É isto. A busca permanente por tudo e qualquer coisa que a virginiana traz em si, pintada de arte, de imaginação e de grandeza. Ter sempre o que fazer, na ordem prática da vida, e buscar sempre o inefável, com as lentes poliana para esta vida que quero para mim, coloridas e brilhantes.

4 comentários:

  1. Certamente a arte te salva (nos salva), assim como o amor que recebes e dissipas na interminável construção sua e do mundo a que aspiramos. O amor é assim, é junto e vai para o futuro.
    Nelson Rodrigues, no seu jeito provocador, dizia ter lido apenas Dostoiéviski, e "que pode-se viver e morrer só com Dostoiéviski". No clássico "Os irmãos Karamázov" está dito "(...) com o amor tudo se resgata, tudo se salva.O amor é um tesouro tão precioso que com ele podes comprar o mundo inteiro. (...) Vai, e não tenhas medo."
    Assim está dito.
    Aquele abraço mais apertado e otimista do
    CGA.

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    1. só descobri que é você, Branco, porque vi um outro comentário que já sabia teu, com esta tua assinatura enigma... vixi.. demorou, mas foi!!!!

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