Era música e era cinema. Era Caymmi e era Henry Mancini. Era
SESC e era eu.
Na exposição ‘Música e Cinema – O Casamento do Século?’, o
SESC explora justamente esta relação reunindo conteúdos que bem dimensionam as particularidades
e interseções das duas linguagens.
E naquela noite, era o consagrado e virtuoso compositor,
arranjador, violonista e cantor Dori Caymmi (!) apresentando seu álbum ‘Cinema,
a Romantic Vision’ no SESC Pinheiros.
Dedicado a Henry Mancini, compositor de tradicionais trilhas
sonoras para TV e cinema, o trabalho
apresentou arranjos meio bossa, meio jazz para temas clássicos como Pantera cor
de Rosa, Cinema Paradiso, James Bond, entre outros.
Mas, para nosso deleite, o show se partiu em dois “ por que
eu não tenho tanta trilha assim”, como ele mesmo nos revelou o protagonista da
noite. Assim, o primeiro foram o que o
trouxe ao projeto ‘Música e cinema’, as
releituras de clássicas trihas. O segundo
foi o músico apresentando repertório bem delimitado por seu sobrenome, ou seja,
autoral e/ou familiar, em tom jazzy. Uma
nossa identidade forte, mas menos carnaval, menos batuque; mais baixo, mais
piano. Menos pandeiro, menos samba, mais bossa.
Mais apreciável porque mais melancolia escondida nas
melodias. Aquarela do Brasil, feita mais triste e serena, em levada mais
depressiva, como descrita por Dori 'himself', nos deu o tom exato da bossa
daquela noite.
Muitas trilhas, muita bossa e muitos causos depois, Dori se
despede deixando em nós um outro pedaço da identidade brasileira.
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