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domingo, 30 de novembro de 2014

orquestrando a brasilidade


Entre dois saxofones, um cello, um clarinete, uma harpa, cavaquinho, piano, violão, percussão, bateria e duas outras vozes, era Francis Hime.

Eram doze os músicos que o acompanhavam e, juntos, orquestravam a brasilidade, apresentando canções que traziam, a um só tempo, riqueza instrumental e forte ginga.

Celebrando cinquenta  anos de carreira de maneira substantiva, Hime lançava seu mais novo álbum, Navega Ilumina.

O músico, letrista, arranjador, compositor popular e erudito, além de intérprete, apresentou no Teatro Paulo Autran, no SESC Pinheiros,  as doze faixas inéditas de seu novo álbum, deixando muito clara a sua mistura de popular e erudito.


E navegando, nos iluminou a todos.

domingo, 16 de novembro de 2014

a benção, bossa


‘Benção Bossa Nova’ foi um dos primeiros CDs da casa de meus pais, á época da transição do vinil para aquela nova tecnologia.

Ouvi muito, não porque gostasse ou tivesse referências, mas porque era adolescente e queria parecer cool, afinada com as modernidades.

Em show comemorativo de vinte e cinco anos do lançamento do álbum ‘Benção Bossa Nova’, o SESC reuniu novamente seus protagonistas, a cantora Leira Pinheiro e o violinista Roberto Menescal.

A apresentação comemorativa, quase toda dedicada ao repertório do álbum aniversariante trouxe também, aqui e ali, duas ou três canções de João Gilberto. Quando ‘O Pato’  chegou  ao palco, viajei muitos anos. As canções eram, quase todas, velhas conhecidas e bailaram por minha memória docemente.

Ao ouvir e identificar a música que mais gostava e apertava repeat (outra novidade de então), chorei de reconhecimento, por me ver lá atrás, sentada ao chão, de frente ao ‘aparelho’, quase uma instituição.

E foi uma noite quase catártica porque ‘Benção Bossa Nova’ e ‘João Gilberto Live in Montreaux’ estrearam em um meu ‘amadurecimento musical’ por vias indiretas. Ouvia muito por razões outras, mas que me levaram a gostar mais e mais.

Estavam ali na Rua Elias Pinto Coelho, em Nova Era, não porque fossem escolhas de meus pais.  Minha mãe era ‘e Chico’. Roberto e Chico, Elis e Chico, Bethânia e Chico, Francis Hime e Chico, Nara e Chico. E meu pai, bem, meu pai... O território dele dentro de casa não fazia fronteira com o canto do som, digamos.

Aqueles CDs  foram presentes de ‘som novo’.  E que presentes!

E aquele show de aniversário foi um bálsamo para minha memória. Cantei todas, lá dentro do peito. A benção, bossa!

domingo, 9 de novembro de 2014

futuro agora


Quando eu era criança pequena, lá em Nova Era, eu tinha ‘medo’ dos Jetsons. Me assustava (um pouco) o desconhecido daquele universo longínquo.

Os Jetsons faziam alguma espécie de par distante, futurístico, dos Flintstones. Assim, eu preferia, no pequeno pedaço permitido de TV de minhas manhãs lúdicas, ficar com Fred, Vilma, Pedrita, Ban Ban, Barney, figuras mais ‘familiares’ao meu universo infantil novaerense.  

Dos Jetsons, só me lembro isto’s’; uma representação do  futuro e o nome da família. Ah! Também de seus carros-naves –voadoras, e que não me sentia em casa!

Esta semana, na aula de ‘processos e produtos jornalísticos no ambiente digital’, falávamos da ‘internet das coisas’ e do mundo hiperconectado que ela representa.

Michelle, a professora, fechou este quadro futurista falando de um certo temor que o alcance e o desconhecido da tecnologia provoca nela.

E lembrei do desenho animado de minha infância.

Já somos os Jetsons, só  nos faltam os carros voadores. 

sábado, 1 de novembro de 2014

legendas musicais


Tom Zé não cabe em suas músicas. As contextualizações, longas e muitas, protagonizam seu show.

Assistindo agora ao espetáculo de lançamento de 'Vira Lata na Via Láctea', no SESC Vila Mariana, algo perto de seu décimo show a que vou, tive certeza que as canções e o palco são pequenos para tanto.

Reverberando o que traz dentro de si, ele começa a legendar canções e se perde em seus muitos significados e referências. Culturais, históricas, filosóficas, geográficas, culinárias, de vida.

Não imaginamos e sequer podemos sonhar o mundo por traz de cada canção.

Junto das contextualizações, e parte delas, a ironia e uma auto ironia, até; coroada com um jingle  hilário, propagandeando sua produção.

Foi o show mais falado a que já fui, mas figurando entre os grandes.