Assistindo a tudo daqui, de fora desta vitrine de egos
chamada rede social, de dentro de alguma (pouca) desmemoria que ainda me
assola, debaixo desta avalanche de merda jorrada todos os dias pelos
noticiários televisivos, pelos jornais em papel (sim, ainda existem e sim, ainda
os leio) pela internet, onde cabe todo perfil ideológico, toda crítica e todo contrassenso... assistindo a todo o inominável que nos assola, consigo hoje distinguir dois
grupos principais de ‘objetos’. Sim, porque ‘sujeitos’ são eles, autores,
divulgadores, avaliadores e críticos da merda toda.
Nós somos o objeto, aqueles ligados às suas consequências.
Ao que nos causa, provoca, acomete ou enfurece. Quem paga o pato, enfim.
O primeiro grupo a que vejo levantando bandeiras redes
sociais afora é o apoio, a qualquer custo, disto que um dia se classificou como
esquerda e que hoje, do social, só tem os votos. Os sociais eleitorais. Dos pobres, tiram mais (com os inumeráveis
casos de roubo e propina e mensalões) do que dão em contrapartida eleitoral.
Vide estado caquético de todo e qualquer serviço público. É uma galera que quer levantar a bandeira do
apoio social a qualquer custo. Quer se vender social. Porque é nobre ter grana,
mas apoiar quem não tem. Se acham seres moralmente (e intelectualmente, diga-se de passagem) superiores. Mas, social de quê? Social de quem? Onde está,
mesmo, esta face que um dia Lula ergueu? Alguém sabe? Nem ele... Fico implicada com este apoio inquestionável, diante de toda merda na nossa cara... tanta merda...
O segundo grupo a que vejo celebrando, com raiva, mas se
sentindo com a razão da história ao seu lado (talvez pela primeira vez) é a
galera da direita, se livrando não sei de que culpa tupiniquim plantada neles. Se havia alguma culpa diante do paradigma de que a direita é
má, hoje os descalabros da esquerda brasileira autorizaram, ao menos, seu
orgulho de nunca ter cedido ao discurso pretensamente social dos corruptíveis e
corruptores mor (porque nunca na história deste país...).
Bom, e fico eu aqui, vendo e lendo tudo sem conseguir me
posicionar. Por mais lugar comum que seja meu discurso, já fui PT. Um dia,
dizem, acreditei na proposta de país que eles traziam. Mas, ao voltar do limbo
da memória, não consigo enxergar ou encontrar nada que pudesse algum dia justificar meu voto, ganhar minhas razões e minha consciência. Dizem que apoiei isto.
Se é fato, hoje acho torpe (porque suja) e infantil (porque é de soluções
simplistas como as quinhentas bolsas tudo para resolver um país rico,
naturalmente e de carências). Confesso que estou namorosa de ideologias mais
liberais, mas me sinto órfã aqui no Brasil, porque ninguém me representa. Estou
me sentindo uma excluída. Será que tem bolsa para os sem-partido?
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