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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

inusitadamente, excelente!


Descobertas musicais frequentemente recheiam meus dias de um prazer algo profano. Porque acontece sempre em algum momento escape de obrigações cotidianas. E não consigo me furtar a uma entrega quase erótica. Erótica, no sentido sensual porque a música carrega para mim, esta característica gostosa.

Hoje, me entreguei algumas vezes, não sem alguma culpa diante de meus deveres, ao lançamento de Zélia Duncan. Inusitado. Quer dizer, inusitados, a entrega e o album. Um porque até tenho um outro álbum dela, em homenagem a Itamar Assumpção, mas zero hábito de ouvir. Dois porque o álbum nasceu de um projeto de shows com este nome e significado, portanto, INUSITADO.

E, para ela, assim soou o convite a participar deste projeto: Inusitado. O convite era (e foi) cantar Milton sem harmonia, só voz e Cello, Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum. Já deu pra sacar que o que o projeto tinha de inusitado e ousado, tinha também de substancioso e promissor, né?

Zélia e Morelenbaum cantando Milton. Nunca fui de ouvir a Zélia porque nunca houve nada que me fisgasse, mas nunca tive nenhuma palavra contra também. Agora tenho várias a favor. Inusitado, sofisticado, ousado, qualidade.  Na entrevista em que fala do lançamento do álbum, ela diz que Milton está entre aqueles que a fizeram querer cantar, que ele estava no lugar das coisas encantadas. 

Aqui, me identifiquei absolutamente. Primeiro pelo lirismo sofisticado de suas canções, algo sublime, perto do sagrado, para mim, pelo menos. Segundo pela memória afetiva deste nome mineiro que guardo comigo. Quando, adolescente, comecei a querer ouvir coisas classificadas como ‘de qualidade’, inaugurei minha seleção de escolhas inquestionáveis com ele! Até pela unanimidade.

O inusitado, que era cantar Milton sem harmonia, foi, na verdade, um truque! Segundo Zélia Duncan, chamar o Jaques para ser parte do projeto é como se estivesse chamando uma orquestra. Com ele, ouve-se o arranjo inteiro no cello, somente!

De caráter “inusitado”, o disco reúne 14 clássicos do repertório do Milton, ‘arranjados’ com intensidade e serenidade, comuns em todo repertório do autor. O minimalismo do encontro e suas peculiaridades dão frescor ao projeto! Saboroso!

2 comentários:

  1. Que delícia para os nossos ouvidos bjs

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    1. Intenso e suave, tudo ao mesmo tempo, agora! Muito bom! outros beijos parati, Ivonete!!

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