Deixa eu contar um troço ‘procês’. Eu andei desenvolvendo umas teorias médicas, psiquiátricas, cognitivas, sei lá o quê. Não sei encaixar ou classificar o campo de minhas descobertas . Vamos fazer assim: eu lhes conto o que, as historinhas das ocorrências, contextualizo, dou o ponto de partida, explico cada nuance, cada etapa, conto o meu veredicto final e deixo, democraticamente, nas mãos de vocês a (des)classificação da teoria!
Com base na temática dos posts da Louca nos últimos anos,
imaginem de que se tratam minhas teorias? Com base nos textos que venho
escrevendo vocês podem chutar duas coisas: é algo sobre o acidente, meu divisor
de águas, sobre meu (interminável) processo de recuperação ou é algo cultural.
Não é assim? A louca tem abertura e liberdade total de repertório, podendo ser
tudo e qualquer coisa, mas seu disquinho agarrou nestas faixas, não sei porque.
E quem chutou estas opções acertou porque é uma teoria 'inclassificável' ou 'desclassificada' sobre o acidente. O pós, a recuperação!
É meu interminável processo de reconstrução cognitiva. Hein?
Sou eu no meu processo de me reconstruir eu mesma depois de perder a memória, a
capacidade de memorizar, o raciocínio lógico, a capacidade de links e conexões,
entrelaçando fatos e fotos J;
enfim, sou eu tentando me reconhecer e me provar eu mesma depois de tudo tanto.
Então, chega de prosa e vamos às teorias ou me perco em
divagações e devaneios como me sói fazer vezenquando (quase sempre, na
verdade!).
É o seguinte. Modéstia às favas, sempre fui boa de
português, gramática, literatura e outros temas linguísticos ;-) ! Acontece que depois do acidente comecei
a cometer erros pornográficos com a língua! Peraí, deixa eu explicar, antes que
todos comecem a pensar que fiquei devassa na temática escolhida para meus
escritos. Ando cometendo erros ortográficos absolutamente absurdos e é esta a 'pornopopéia'! E o mais
inusitado e engraçado é que eu sou a primeira a reconhecer o erro assustador.
Imediatamente. Escrevo errado e antes mesmo de acabar de escrever a palavra,
olho para a sílaba errada e quase tenho uma síncope de estranhamento.
Sem exagero, escrevo PUTA errado, de maneira que analfabetos
não escreveriam, como uma criança em processo de alfabetização, nas primeiras
palavras... e tomo um susto gigante com o que ousei a colocar no papel. Deixa
eu dar alguns exemplos para vocês entenderem o grau do meu analfabetismo
momentâneo e o abissal susto posterior. A questão é que sou passiente(!!!) com
minhas falhas. Passiente tanto no caso daquele do hospital ou do médico quanto daquele
que espera augo (!!!)sem reclamar. É...
aquele augo de alguma coisa. Algo feito augo. Nesta autura (!!!) do campeonato
vocês já devem estar se perguntando se eu al menos (!!!) concluí a primeira
série do primeiro grau ou tomei bomba.
E por aí vai... Deu pra sacar o nível? Antes de acabar de
escrever a palavra, levo um susto forte com a merda que estou fazendo, ou
escrevendo, com o perdão da péssima palavra. E fico injuriada... de onde tirei
isto? Se sei, no segundo após a escrita, que está errado, porque escrevo?
Bom... é aí que vem a teoria. Isto tudo, até agora, foi só
contextualização. Vamos ver aonde
chegamos.
Atenção médicos, pedagogos ou psiquiatras (vai saber), meu processo
de viver este lapso instantâneo do pensamento e da memória me levou a concluir
que, a perda de faculdades cognitivas me faz usar do instinto em alguns momentos.
Assim, pelo instinto do sentido da audição, busco um símbolo que bem represente
aquele fragmento sonoro e escrevo exatamente como ouvi, sem considerar
gramática ou regras.
Mas como não perdi a memória antiga e, em mim, o português e
a gramática são tão antigos quanto eu, vieram comigo no nascimento (olha só o
que estou falando, escrevi agora nacimento, na sentença aí atrás e logo corrigi... é recorrente...
e grave!). Então... como o português e a gramática são regras que, haja
acidente para me roubar, olho para a palavra e instantaneamente sei que está
errada, absurda, mal colocada.
Então, minha teoria é esta: penso na palavra e o instinto
auditivo me leva ao erro e a cognição feita memória, faz o reconhecimento
imediato.
Me digam amigos, se acham que meu caso é para questionar um
médico e um pedagogo sobre a teoria que, vivendo minhas eternas sequelas,
percebi ou se é caso para um psiquiatra mesmo, sem mais. Estou doida e já é!
Me contem o que acham disto tudo? Deixem a opinião de vocês
nos comentários abaixo, vai... meu caso
é para a academia considerar, pesquisar e postular ou para um psiquiatra me colocar em meu devido lugar...
conta aê... ah o campo de comentários logo aí, olha!
Ah... a outra teoria vai ficar para o próximo texto porque pelo
tamanho que este vai ganhando, quase ninguém deve chegar aqui e saber de meu
segundo insight acerca de meus processos
de recuperação.
Põe fé que já é!
Põe fé que já é!
Nenhum problema para médicos, pedagogos ou psiquiatras... A culpa é da reforma ortografica!!! Kkk
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