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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

inclassificável ou desclassificada?


Deixa  eu contar um troço ‘procês’. Eu andei desenvolvendo umas teorias médicas, psiquiátricas, cognitivas, sei lá o quê. Não sei encaixar ou classificar o campo de minhas descobertas . Vamos fazer assim: eu lhes conto o que, as historinhas das ocorrências, contextualizo, dou o ponto de partida, explico cada nuance, cada etapa, conto o meu veredicto final e deixo, democraticamente, nas mãos de vocês a (des)classificação da teoria!

Com base na temática dos posts da Louca nos últimos anos, imaginem de que se tratam minhas teorias? Com base nos textos que venho escrevendo vocês podem chutar duas coisas: é algo sobre o acidente, meu divisor de águas, sobre meu (interminável) processo de recuperação ou é algo cultural. Não é assim? A louca tem abertura e liberdade total de repertório, podendo ser tudo e qualquer coisa, mas seu disquinho agarrou nestas faixas, não sei porque. E quem chutou estas opções acertou porque é uma teoria 'inclassificável' ou 'desclassificada' sobre o acidente. O pós, a recuperação!

É meu interminável processo de reconstrução cognitiva. Hein? Sou eu no meu processo de me reconstruir eu mesma depois de perder a memória, a capacidade de memorizar, o raciocínio lógico, a capacidade de links e conexões, entrelaçando fatos e fotos J; enfim, sou eu tentando me reconhecer e me provar eu mesma depois de tudo tanto.

Então, chega de prosa e vamos às teorias ou me perco em divagações e devaneios como me sói fazer vezenquando (quase sempre, na verdade!).

É o seguinte. Modéstia às favas, sempre fui boa de português, gramática, literatura e outros temas linguísticos  ;-) ! Acontece que depois do acidente comecei a cometer erros pornográficos com a língua! Peraí, deixa eu explicar, antes que todos comecem a pensar que fiquei devassa na temática escolhida para meus escritos. Ando cometendo erros ortográficos absolutamente absurdos e é esta a 'pornopopéia'! E o mais inusitado e engraçado é que eu sou a primeira a reconhecer o erro assustador. Imediatamente. Escrevo errado e antes mesmo de acabar de escrever a palavra, olho para a sílaba errada e quase tenho uma síncope de estranhamento.

Sem exagero, escrevo PUTA errado, de maneira que analfabetos não escreveriam, como uma criança em processo de alfabetização, nas primeiras palavras... e tomo um susto gigante com o que ousei a colocar no papel. Deixa eu dar alguns exemplos para vocês entenderem o grau do meu analfabetismo momentâneo e o abissal susto posterior. A questão é que sou passiente(!!!) com minhas falhas. Passiente tanto no caso daquele do hospital ou do médico quanto daquele que espera augo (!!!)sem reclamar.  É... aquele augo de alguma coisa. Algo feito augo. Nesta autura (!!!) do campeonato vocês já devem estar se perguntando se eu al menos (!!!) concluí a primeira série do primeiro grau ou tomei bomba.  

E por aí vai... Deu pra sacar o nível? Antes de acabar de escrever a palavra, levo um susto forte com a merda que estou fazendo, ou escrevendo, com o perdão da péssima palavra. E fico injuriada... de onde tirei isto? Se sei, no segundo após a escrita, que está errado, porque escrevo? Bom... é aí que vem a teoria. Isto tudo, até agora, foi só contextualização.  Vamos ver aonde chegamos.

Atenção médicos, pedagogos ou psiquiatras (vai saber), meu processo de viver este lapso instantâneo do pensamento e da memória me levou a concluir que, a perda de faculdades cognitivas me faz usar do instinto em alguns momentos. Assim, pelo instinto do sentido da audição, busco um símbolo que bem represente aquele fragmento sonoro e escrevo exatamente como ouvi, sem considerar gramática ou regras.

Mas como não perdi a memória antiga e, em mim, o português e a gramática são tão antigos quanto eu, vieram comigo no nascimento (olha só o que estou falando, escrevi agora nacimento, na sentença aí atrás e logo corrigi... é recorrente... e grave!). Então... como o português e a gramática são regras que, haja acidente para me roubar, olho para a palavra e instantaneamente sei que está errada, absurda, mal colocada.

Então, minha teoria é esta: penso na palavra e o instinto auditivo me leva ao erro e a cognição feita memória, faz o reconhecimento imediato.

Me digam amigos, se acham que meu caso é para questionar um médico e um pedagogo sobre a teoria que, vivendo minhas eternas sequelas, percebi ou se é caso para um psiquiatra mesmo, sem mais. Estou doida e já é!

Me contem o que acham disto tudo? Deixem a opinião de vocês nos comentários abaixo, vai...  meu caso é para a academia considerar, pesquisar e postular ou para  um psiquiatra me colocar em meu devido lugar... conta aê... ah o campo de comentários logo aí, olha!

Ah... a outra teoria vai ficar para o próximo texto porque pelo tamanho que este vai ganhando, quase ninguém deve chegar aqui e saber de meu segundo insight  acerca de meus processos de recuperação.

Põe fé que já é!

Um comentário:

  1. Nenhum problema para médicos, pedagogos ou psiquiatras... A culpa é da reforma ortografica!!! Kkk

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