A composição dos frames, de imagens visualmente como que
pintadas à mão, nos passa a sensação de soma e mistura de duas artes.
De fusão. As nítidas pinceladas nos transportavam para um outro mundo além da
película...
Com amor, Van Gogh é uma animação 100% feita com tinta à
óleo, com 65 mil quadros. Foram necessários 125 profissionais para pintá –los,
todos manualmente. Depois da gravação em vídeo com os atores, cada frame do vídeo
recebeu uma pintura a óleo, ao estilo do pintor.
Nada nunca pronto. Cada frame é uma composição. De cores e imagens... e narrativas. E carregado de familiaridade porque a linguagem de Van Gogh é universal.
Van Gogh |
multiplicado! |
Nada nunca pronto. Cada frame é uma composição. De cores e imagens... e narrativas. E carregado de familiaridade porque a linguagem de Van Gogh é universal.
Jogo gostoso que se nos sugere é adivinhar quais frames do
filme originam de quadros de Vincent, quais pedaços da estória foram compostos
em função destas pinturas e quais personagens são coadjuvantes de sua vida ou
de sua arte. O mesmo com os cenários
Legendando um de seus quadros, Vincent nos explica a morte
enquanto caminho para as estrelas. Caminho
feito a pé, quando morremos pela senilidade. E é pelas imagens que embarcamos
em uma viagem maior, decodificando cada frame do filme, dentro do roteiro,
dentro da biografia do artista ou dentro de sua arte.
A história da artista
contada através de suas pinturas ambiciona refletir seus sentimentos e histórias
através de sua arte. Há momentos em que a narrativa se perde no deslumbramento
com seu próprio universo, mas é quase impossível não se deixar levar
por suas pinceladas, o que torna os deslizes, quase todos, perdoáveis.
Diante de um cinema de animação óbvio e ‘limitado’ pela
tecnologia, experimentações como ‘Com amor, Van Gogh’ trazem um respiro à arte,
além de outro olhar sobre o processo criativo de um gênio de todos os tempos.
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