Frio descompensado destes dias de inverno gera caloroso (não calorento) debate, que pede mais palco
Sou friorenta. Muito! Mas prefiro o frio ao calor, sem dúvida ou hesitação, definitivamente. Não gosto de sentir frio, mas aí são outros 500.
Dia destes, diante de um frio cortando até a alma, incorporando as sensações provocadas pelo tempo, engatilhamos rico debate, na cozinha da Cooperativa onde trabalhamos, eu e Sarah, colega cooperada, sobre as vantagens do frio, ante o calor e vice versa.
Argumentos ‘furiosos’ apresentados de lado a lado, ela verão e eu inverno, ficamos na promessa de estender invencivelmente (as duas) este debate, já que o tempo do café não era suficiente para nossos irrefutáveis argumentos, eu na lareira e ela na praia.
Tenho uma teoria vencedora, que tem adesão de todos que a ouvem. Ficar quentinha no frio é muito melhor que ficar fresca no calor por diversas razões e eu listo algumas aqui.
Escrevo esta dissertação direcionada a ti, Sarah, para você aderir irremediavelmente aos meus argumentos vencedores. Você vai ver que eles são irrefutáveis. Seu trabalho, então, é construir os teus, uma vez que, derrubar os meus, está fora de questão.
Vamos às listas de cada cenário, cada condição, cada clima. Primeiro a lista vencedora – o que é bom no inverno!
1 – A lista de coisas mais prazerosas de fazer no frio é extensa e quase total, porque é complexo achar coisas boas de se fazer no calor. Vamos a elas.
– Comida. Não importa se comida leve ou pesada, falo aqui do ato de comer. No inverno, o ato de comer ganha um espaço especial em nossas programações sociais e românticas.
– Trabalhar. Sim, a gente fica mais produtivo, rende mais, sem suor, sem desconforto, sem ficar abaixando a temperatura do ar-condicionado toda hora.
– Estudar ou ler, sentado ou deitado, lazer ou com compromisso de prova avaliando. É gostoso ler no frio. Com um capuccino, faz o cenário ideal. Parar para ler no calor me soa melado entre as pernas e nos vãos dos braços, como um esforço para ler.
– Ver filmes, na tv, Netflix, TV à cabo ou cinema. Sem sombra de dúvidas e com cobertas ou cachecol, acompanhando a pipoca (até ela se encaixa melhor no inverno).
– Cozinhar (que para mim é lazer) também não tem questionamento. Ficar de pé, picando, separando, esquentando, mexendo, ralando, provando, assando, fritando, suando? Com o frio, os aromas ficam todos ricos e experimentais e o vinho acompanha lindamente, com os exercícios do ato em si, mantendo a boa temperatura do corpo e a endorfina alta!
– Limpar a casa, a cozinha, o banheiro... sim, porque de afazeres cotidianos também é feita a vida... No calor, só é bom quando tá rolando uma contabilidade forte de gasto calórico e, mesmo assim, se você for muito poliana, de ficar procurando o lado bom das coisas.
– Falando em gasto calórico, treinar... na academia, em casa, na caminhada... no calor, só é boa a parte de chegar em casa e tomar uma ducha com chuveiro desligado! No inverno, é bom tudo, aquecimento, esforço de peso, esforço aeróbico. Endorfina em forma de calor no corpo em tempo gelo austral.
– Viajar. Com malas, bagagens, mapas, roteiros, programações, aprendendo do trânsito e roteiros locais, aprendendo do transporte local, visitando museus, palácios, programas culturais, conhecendo a culinária... vixi, 8 pontos para o inverno e 3 para o verão... Porque viajar não é 10, é 11!
- Dormir. Alguém ousa comparar dormir no frio e dormir no calor? Dormir enrolado e enroscadinho no frio não tem comparação com dormir estatelado e aberto na cama, sem encostar uma parte do corpo em outra ou sem encostar em quem dorme com você para não melar. Isto, falando de dormir, porque falando de transar, o gosto é subjetivo (e peculiar, diga-se de passagem).
– O tema transa no calor me leva para o lado mais romântico desta história. Namorar. No frio ou no calor? Responde, mas responde para si. Você tem coragem de dizer para si que prefere namorar no calor? Abraçado suado, com as camisetas levemente molhadas (ou muito) embaixo do braço, com um cecê nele ou nela ou nos dois... romântico... aff!
Pronto, enchi as duas mãos...
Agora vamos à lista do calor:
– Nadar ou se molhar, corpo inteiro. Na piscina, no mar, na lagoa, na cachoeira, no rio, tudo, tudo é melhor, com força, no verão, no calor. Mas quantas vezes por semana você se molha assim, sem contar com o chuveiro desligado, do banho de mangueira ou no tanque.
– Sentar num buteco à sombra, com mesas na calçada, uma
brisa boa, sem melação e sem fila... aqui também, com que frequência cotidiana
você pode fazer isto? E qual o seu controle sobre as outras variáveis que
compõem a cena?
–Tomar aquela ducha desligada, aberta no máximo, depois de
uma corrida (único ponto que me ganha!)
– Ficar no ar condicionado pleno (isto é programa?)
– Alguém tem mais algum argumento? Você, Sarah, tem alguma
carta na manga?
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