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sábado, 18 de junho de 2011

alegria na tristeza...

Uma grata surpresa que tive dia desses foi a clara percepção do quanto procedimentos dos quais não entendemos, não compreendemos, não assimilamos NADA podem sim, ser atuantes e muito efetivos em nós mesmos. Explico: Comecei, há cerca de 3 meses, a fazer uma terapia pós trauma. Pelo nome simplesmente. Não sabia detalhes da dita especialização. E confesso que ainda que continuando sem saber e sem entender nada tenho tido valiosas provas do efeito desta terapia em mim. A cada semana é um novo resgate. Resgate de algo que eu já não fazia mais, não conseguia, não lembrava, não articulava, não entendia.

Em uma das primeiras sessões, a Doutora Tazue me disse que seguiria devagar, em um ritmo que fosse mais confortável para mim, porque lembrar de tudo iria doer muito.

Ao que pensei: Como? Então memória da dor implica em dor? Fiquei relativamente tranquila com as possíveis sequelas de meus resgates 'mnemônicos'.

Esta semana entendi as razões desta preocupação da Dra Tazue. Entendi, senti e vivi um caso de 'des'memória consciente que me machucou muito. Chorei como já havia esquecido ser possível, por razões emocionais. Mais uma vez, esqueci de algo importante. O que me contorceu o peito e me feriu não foi o esquecimento em si. Foram os questionamentos inacabáveis que se seguiram. Absolutamente molhada em lágrimas, não parava de perguntar. Até quando? Porque? Como?

E o que mais me machuca: muitas das sequelas com que lido hoje são em campos em que a virginiana disciplinada, caxias, determinada que existe dentro de mim não tem qualquer jurisdição. Não sei como, não posso e não consigo combater tais deficiências.

E o que me deixou mais alegre: a consciência atrasada de tantas deficiências e dificuldades e suas consequências todas veio em meio a muitas lágrimas. Dois pontos ganhos simultaneamente em meu jogo da vida. O resgate da consciência; para dificuldades e problemas, que seja. E o resgate das lágrimas. Desde o acidente não tinha de volta a emoção à flor da pele que sempre tive. Nada me emocionava muito ou me comovia. E antes do acidente o campo emotivo era um onde eu era absolutamente descompensada. Emoção sobrava.

Então foram dois pontos ganhos de uma só vez em meu jogo da vida particular. O resgate da consciência e o resgate das lágrimas, da emoção. Nunca fiquei tão feliz por chorar tanto.

3 comentários:

  1. Parabéns querida, fico muito feliz de saber que as forças divinas estão nesse caminho, quando a tempestade passar, vc vai ser uma pessoa bem mais tranquila. Bjs Digo

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  2. Demais, Poli. Precisamos começar a pensar serio em roteirizar sua vida, com pre e pos-traumas, comuns a todos nós. Daria um filme lindo. Topas?

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  3. ensinando ma mère a postar...

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