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quarta-feira, 20 de julho de 2011

minhas tardes com margueritte

Retrato de uma amizade. Tão inusitada quanto comovente. De um lado, o embrutecido Germain, do outro, Margueritte, uma frágil senhora de seus noventa e tal.

Depois de se conhecerem no parque, e após alguns encontros, ela começa a ler para ele que, por falta de apoio e de qualquer estrutura na infância, nunca construiu tal hábito e traz consigo, em virtude disto, dificuldades de compreensão.

A maneira como estas leituras afetam suas atitudes , como ele incorpora estes aprendizados e a graça com que ele aplica estes novos conhecimentos em seus dias é o que move o filme. A simplicidade com que ele digere toda sorte de novos conhecimentos.

Sim, simplicidade é o melhor adjetivo para suas atitudes e conclusões. Nas leituras com Margueritte, ele não consegue compreender qualquer metáfora, por exemplo. Linguagem figurada é um luxo muito distante. Mas a essência, sim. Ele ignora todo e qualquer 'enfeite' da língua, mas o sentido, este, ele pega rapidinho...

Mas Margueritte vai ficar cega. E ante à eminência desta dificuldade, ele começa a ler para ela, superando obstáculos seus.

E, ao dar óculos para um míope, Margueritte também o aproxima de dores suas. Dores da alma, até então desconhecidas, para ele. A realidade começa a lhe acrescentar questionamentos e outros tipos de dores... A relação com Margueritte cria nele sentimentos que sua história familiar, história de vida ou sua infância não lhe trouxeram.

Doce, como eu imaginava.

Um comentário:

  1. Quando vc fala de amizade, vejo esse sentimento com mais intensidade ainda ( e olha que curto minhas amizades de montão ). Quando vc fala de cinema, o filme tem outra dimensão. Quando vc fala de um show, vira poesia.
    A gente cresce com seus comentários.
    Márcia Araújo

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