Havia já algum tempo que me postergava em meu 'roteiro cultural' uma visita a uma foto-galeria aqui perto de casa. Sempre que passava pela porta, me prometia: - “próximo final de semana”.
E ontem passando por ali, com um destino já pré definido, claro, resolvi mudar o discurso… e o destino. Nada de próximo final de semana, é agora. Entrei. E me surpreendi.
Conhecer o trabalho do fotógrafo João Roberto Ripper foi real e literalmente uma boa surpresa.
Lá havia dois trabalhos distintos expostos. E sim, os dois conversaram comigo. Um era com Cartola que, para mim, já se basta. Na minha opinião, Cartola não requer grande trabalho, estético, ou imbuído de significâncias, para encantar.
Cartola se basta. Basta sua voz. Ou no caso de uma exposição sua imagem ou sua história… sua figura!
Mas o trabalho de João Roberto Ripper, Imagens Humanas, me surpreendeu e comoveu.
Além do forte e incontestável apelo estético; ângulos, luz, foco, olhar; seu trabalho nos traz forte e consistente denúncia social; significado. É um trabalho que, com seu tom de denúncia, se situa bem além da documentação.
Sua exposição explora a questão das ligas camponesas, ligas indígenas e o trabalho escravo enquanto temáticas. É a ótica dele, do Ripper, sobre esse “Brasil oculto”.
Um trabalho belo, consistente e de conteúdo forte e comovente!
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