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sábado, 17 de dezembro de 2011

as canções



Um Eduardo Coutinho surpreendentemente leve. Mas não menos interessante e bem conduzido. Esta foi minha primeira opinião sobre ‘As Canções’, seu doc mais recente. Opinião que seguiu se ampliando.

Para construir ‘As Canções’ Eduardo Coutinho colocou duas pessoas da Embrafilmes com uma câmera E uma placa na mão, dizendo “se você tem uma música que mudou sua vida, cante e conte sua história.”

Foram quase 300 entrevistas. Destas, 18 ficaram. E a música é o fio condutor e o elo das entrevistas, o que as articula. São histórias principalmente de relacionamentos, particularidades de vidas particulares, afetos e lembranças pontuados por canções.

Estas pessoas se ‘apropriam’ de conhecidas músicas para expressar lembranças ou sentimentos, explicar sua vida, e de certa forma, se reconstruírem.

Sim, porque há ali, junto aos depoimentos, uma clara dose de fantasia, auto-projeções. As pessoas vão se construindo em dramas ou em tragicomédias...

São histórias, principalmente de relacionamentos, pontuadas pelas canções como as músicas, de fato, pontuam nossas vidas.

É como questiona um dos ‘personagens’, um entrevistado: “Como que alguém que gosta de alguma coisa, faz para lembrar, se não gostar de música?”

O filme nos traz, assim, as razões e sem razões de cada um, a explicação, a razão de ser de cada trilha sonora e dos fatos em si.

Musicando uma poesia do Drummond, trago eu uma trilha sonora para estas pessoas todas em suas histórias, estes personagens da vida: “ esta é minha explicação, meu verso melhor ou único, meu tudo enchendo meu nada”...

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