De passagem pela Augusta, à caça de algo cultural que me completasse a quarta, sou gentilmente convidada por Roman Polanski a chegar ao Cine Livraria Cultura que ele mesmo se comprometia a me dar a peça que faltava em meu quebra-cabeças do dia.
Assim, optei por seu mais novo filme, em cartaz ali mesmo, na 'National Gallery'.
'O Deus da Carnificina' nos mostra um casal que está em visita a outro porque seus filhos brigaram e um feriu o outro. No início, ‘eloqüentes’ máscaras sociais dão o tom da conversa. É um teatro de falas, caras e bocas previsíveis. Todos teatralmente amigáveis e notoriamente com os nervos à flor da pele.
Mas a certa altura, estes mesmos nervos explodem.
E aí os casais se despem de toda e qualquer máscara social, se revelando crus, rudes, grosseiros, vulgares. Em uma querela em razão de briga de filhos em idade escolar os casais descascam o verniz da civilização com tantos requintes de selvageria que a situação, explosiva, se torna divertida. É a ‘carnificina’. Moral.
A trama se desenrola em hora e meia em um mesmo cenário e não provoca afinidades ou desgostos. Apesar das boas atuações não se conhece direito os personagens e não se torce por ninguém.
É, um bom filme. Mas não chega a ser um Polanski (!)
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