Órfão e
rejeitado por sua família adotiva, Sam é um ex-escoteiro da equipe do comandante
Ward (Edward Norton). Suzy é apenas uma dentre os vários filhos pequenos de
Walt (Bill Murray) e Laura Bishop (Frances McDormand), que, por alguma razão, não consegue se enturmar com
amigos ou mesmo com sua família destrambelhada.
Suzy e Sam
sentem-se deslocados do mundo. Depois de se conhecerem em uma apresentação
dominical da ‘Arca de Noé’ na igreja local, se apaixonam e resolvem deixar para
trás a ilha em que vivem, rumo a uma
vida a dois no continente. Os adultos ficam preocupados com as decisões da dupla e se esforçam para
trazê-la de volta.
O
microcosmo, universo regido por leis próprias, ferramenta característica da filmografia de Wes
Anderson, em Moonrise
Kingdom, surge na
forma de uma ilha na costa da Nova Inglaterra, New Penzance. Tanto Suzy quanto Sam são outsiders, crianças que
não se encaixam na sintonia fabulosa que parece reger este universo criado por Anderson
em seu mais novo trabalho.
Em meio à
fuga, Suzy e Sam sentam-se em cima de uma rocha para ver a paisagem que os
rodeia. Suzy, então, conta a Sam que não desgruda de seus binóculos em função
dos poderes mágicos que ganha com eles. Através deles, ela consegue ver tudo de
perto, se aproximando e se ‘inserindo’, de certa forma, em um mundo do qual
sente que não faz parte.
No entanto, toda a esquisitice dos personagens
parece estar em certa sintonia, o que nos faz perceber que os padrões de
normalidade deles são aqueles e, portanto, outsiders somos nós. Nós, Suzy e Sam.
E por isso, os dois decidem fugir para a
floresta juntos.
Através deles somos lembrados de como os primeiros amores parecem, muitas vezes, o ingresso para um mundo fantástico.
Através deles somos lembrados de como os primeiros amores parecem, muitas vezes, o ingresso para um mundo fantástico.
Moonrise Kingdom resgata todo o visual estilizado com que Anderson coloriu
seus filmes anteriores. Identifica-se seus traços e suas cores característicos
no cenário, no vestuário, nos diálogos,
nas direções e decisões, na trilha sonora.
Os personagens, todos, são, notadamente, filhos de seus
maneirismos. Maneirismos carregados de
significados e leituras que denotam um (seu) universo milimetricamente
orquestrado.
Para muitos, seu cinema chama mais atenção por detalhes
estéticos e narrativos, que lhe dá identidade, mas seus filmes vão além disto.
Os personagens que se destacam são aqueles que,
imperfeitamente humanos, não conseguem se adequar a uma sociedade. Ele, assim,
joga luz sobre socialmente desajustados. A trama é, como de hábito, um caso de desarranjo social e
afetivo.
Nos filmes de
Anderson, o ambiente familiar é recorrente na abordagem destes temas. E é nos
desvios que compõem estas diferenças, todas, que vislumbramos a beleza e a força da
alteridade.
para não dizer "adoro", gosto pra c... do wes anderson.
ResponderExcluirseus filmes com trilhas sonoras impecáveis, roteiros poéticos amarrados à histórias inteligentes, personagens excêntricos - para não dizer estranhos e enigmáticos. sua estética marcante e autoral, combinados à uma inteligência hilária e imprevisível, fazem do diretor um dos melhores da atualidade.
como não lembrar de filmes como viagem à darjeeling,fantástico sr. raposo e rushmore. e o bill murray ? sensacional!!!
hora de ir conferir moonrise kingdom no cinema e rever alguns dos seu filmes recheados de maravilhas, desajustes e um gosto fluente pelo riso. vc sabe onde, né !?!
breno.
Me deu uma vontade de ver o filme .....
ResponderExcluirMárcia Araújo