Um diálogo
da moda com a cultura em ‘figurinos-espetáculo-passatempo’.
Croquis
junto a cores e desenhos, junto a histórias, junto a textos, junto a
manequins, junto à música, à poesia e à literatura. Costurados todos por
sua leitura e suas contextualizações.
Ronaldo
Fraga comemora 35 coleções convidando o público a visitar seu universo pelo
‘quarto de memórias’ de seu processo criativo.
É a mostra
‘Cadernos de Roupas, Memórias e Croquis’, em cartaz na Casa Fiat de Cultura, no
Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
E nesta
mostra ele nos traz ‘sua’ escrita particular, como ele bem se traduziu. São
nove ambientes com instalações que trazem material gráfico, croquis, vídeos e
roupas. Ronaldo decidiu privilegiar seu trabalho como ilustrador. Um ‘seu’
registro gráfico de sua moda.
São
histórias para vestir “transformando música, literatura, cultura brasileira e
alguns buracos de ‘seu’ tempo em mapas-desenho e desenhos-memória” como ele
mesmo nos conta.
Logo à
entrada da exposição, um pomar exibe os frutos de sua criatividade. Modelos de
diversas coleções, só nos moldes, brotam de árvores que se fazem cabide. E os
caules destas árvores são um mix de suas referências culturais todas, desde
sempre.
A montagem
da exposição, por si, é uma atração. Seguindo os mesmos moldes de suas
coleções, ela traz nestes suportes toda sorte de histórias de universos
paralelos.
Fascina a
quantidade de referências imersas em seu olhar e sua abordagem.
Por
ilustrações alusivas à sua obra ou por palavras em textos, poesias ou músicas,
por cores e formas ele traz Rosa e seu Sertão, Drummond e sua poesia, Pina
Bausch e seus movimentos, Nara Leão e os contextos que fazem suas músicas, o
Bispo e sua loucura feita arte, entre muitos outros.
São
infinitas possibilidades feitos ‘pano’, estampa e cores, em uma leitura pessoal. Todos pedindo,qual esfinge, que os decifremos.
O corpo é
suporte para um intercâmbio cultural de modo que, ao vestir Ronaldo, você
estampa significados.
Mesmo não flertando com o universo da moda, gostei muito da produção da exposição e conheci um pouco mais da riqueza de referências do Ronaldo. Poligirl, sua "leitura" da exposição, como sempre, profunda e substantiva. Ronaldo Fraga: estilista e macho jurubeba, tinha que ser diferenciado.
ResponderExcluirBreno.