O ritmo, a elegância, a vitalidade… e um Monarca!
Era Portela, no azul e nas vozes da Velha Guarda, em show homenagem à sua
eterna madrinha, Clara Nunes, interpretando canções de seu repertório.
O show, assim, teve duas partes se somando e se
complementando. Na primeira delas, Virgínia
Rosa num dia e a Aline Calixto n’outro, nomes contemporâneos de nossa música,
se juntaram aos bambas, se esmerando no lirismo de apresentações de canções da
madrinha homenageada. Na segunda parte a Velha Guarda apresentava canções parte de uma interseção da
Portela com a cantora; trilhas sonoras da relação. Aquelas que ela mais
gostava, um samba puxado ou composto por ela, alguma homenagem dela à Escola.
‘Entremúsicas’, contextualizações e histórias nos
davam o tom da relação.
E assim, aquele time azul com seus bambas e
pastoras, regidos por seu Monarca, nos presenteou com delicioso samba da mais pura linhagem com sua
batida única, a um só tempo forte e elegante. Presença e identidade.
Aqueles senhores e senhoras, pais e mães do samba
Carioca, envergavam dignidade em seus ternos e tailleurs e nos seduziam com sua nobreza. Como lhes ensinou Paulo Cezar Pinheiro, o
Paulo da Portela, ‘em tempos de outrora’, os sapatos, as gravatas e afins,
afastam a imagem de marginal associada ao sambista.
Entre composições de Candeia, Manacéia, Monarca,
Paulinho da Viola e Paulo Cezar Pinheiro
embarquei no tom de lirismo e tradição da comunidade.
“Foi um rio que passou em minha vida e meu coração
se deixou levar…”
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