Destaques do noticiário ao redor do mundo hoje mostram George Orwell como uma espécie de clarividente, em seu tempo. Ou talvez sua mais conhecida obra, 1984, uma ficção com cenário em um regime totalitário, cujo poder está sedimentado na espionagem ao cidadão comum mais notadamente, tenha servido de inspiração hoje, em plena era da informação, para gregos e troianos. Leia-se aqui, para capitalistas e comunistas.
Depois da revelação da operação e dos (des)caminhos americanos na obtenção de informação de particulares, sobretudo; a descoberta e divulgação de um sistema equivalente na China não surpreende. Porque seguindo no ritmo ‘orwelliano’, neste outro mundo, com seu regime totalitário comunista, podíamos mesmo esperar encontrar algum parente perdido do grande irmão. O que causa estranhamento é o vulto, a dimensão do esquema de espionagem, via internet, por aquelas bandas.
Em reportagem da Folha de S. Paulo da sexta feira, dia 11 de outubro de 2013, somos informados que o exército de censores chineses é da ordem dos milhões (como quase toda cifra do país) e a polícia do pensamento ali, em sua versão web, é conhecida pelo título de analista de opinião. Analistas. Plural porque milhões.
Seu trabalho, segundo relato do jornal estatal local, Beijing News, consiste em passar o dia vigiando, via aplicativos, as palavras escolhidas nas pretensas pautas de publicações diversas. Eles são remunerados por comentário negativo apagado ou por publicações positivas realizadas.