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domingo, 12 de janeiro de 2014

no balanço do mar


Canções parte de nosso imaginário e já parte de um nosso cancioneiro popular. Dorival, o mar e seu fascínio. As canções nos embalavam oceano afora, na cadência de suas ondas.

Dorival Caymmi, um pedaço musical de nossa identidade brasileira, estava ali conosco, na voz e nos instrumentos dos filhos. E na cadência, tão nossa, tão reconhecível e identificável.

Em show que nasceu clássico, os filhos, Dori, Danilo e Nana, celebram os 100 anos que o pai, falecido em 2008, faria em 2014. O repertório do show nos trouxe um novo olhar sobre suas canções, velhas conhecidas dos brasileiros que somos e ainda algum repertório desconhecido (pode?).

O teatro do SESC Pompéia, tomado  de todos os lados por aquela cadência,  derramava emoção. Os primeiros acordes já nos embalaram o coração, n’um bálsamo. Emoção inteira. Aquelas vozes, bem como suas músicas, todas tão fortes em uma nossa identidade; musical-brasileira, há que frisar.

Merece nota o humor do pessoal ‘do azeite’, maneira como eles se definiram enquanto parte de um sincretismo baiano, centrado em Iemanjá. Pontuando o show  com brincadeiras com o público ou os músicos que os acompanhavam,  os irmãos somavam graça ao que já derramava beleza.

Merece várias notas o momento em que Dori, se definindo fã e seguidor de João Gilberto, nos apresenta ‘O que é que a Baiana tem’ com sofisticados arranjos‘gilbertianos’.

Me alojei  dentro de mim, com a alma em convulsão. É tudo tão parte do que somos. Ao final, minha jangada, emocionada, saiu para o mar.

Um comentário:

  1. Poliana, aproveitando essa onda de recôncavo, fica a indicação do livro Mar Morto do Jorge Amado. Li esses dias e gostei demais. Acho que cê vai curtir também...

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