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domingo, 26 de janeiro de 2014

fronteiras do afeto



Sempre que fico frágil, triste, preocupada, tensa, ou qualquer outro adjetivo designando estados de espírito de alguma forma negativos, tenho saudades dos contornos afetivos das fronteiras de Minas.

São Paulo é muito prática, rápida, eficiente, impessoal, sobretudo.

Não que eu não tenha bons amigos na banda de lá (SP) que possam, de alguma forma, me trazer alívio ou descanso para um cenho franzido, uma preocupação duradoura ou uma tristeza eventual. Tenho. Muito bons amigos, destes que a gente elege melhores.

Mas em Minas não precisa ser amigo para te oferecer o ombro , te perceber triste e querer virar o jogo, tentando, portanto, te fazer sorrir. A todo custo.  Ali, até o gerente de contas a pagar da empresa que você trabalha te percebe assim e te  faz sorrir, rir, te estimula, faz gracinha. Todos os olhares são familiares. Por traz de uma mão estendida, a compreensão, por traz de um sorriso, a graça.

Já em terras paulistanas (e paulistas, provavelmente), a impessoalidade é anfitriã. Ali, pessoal é sinônimo de particular e, assim, não é da conta de ninguém.  Até por respeito, se desenham limites temáticos das intimidades. Uma cartografia da alma humana determinando onde se pisa e onde se ignora.

Concordo que é sim, pessoal, mas pode não ser particular se não dermos, cada um de nós, esta fronteira.

Pois… fiquei muito 'assim' na semana passada e tive que vir para MG para recarregar baterias. Meu mundo  pessoal (não particular), o do coração, aqui colorido com tons de afeto, posso voltar para meu vasto mundo SP e colorir meus dias com as cores da cultura que este lado da fronteira concentra.

2 comentários:

  1. paulistas e mineiros se completam -- é o café-com-leite!
    Márcia

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  2. Será que o coração de São Paulo não está velho demais e, por isso, não se encanta mais com o amor e a solidariedade? Rita

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