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domingo, 4 de maio de 2014

uma coisa de cada vez



Hoje, cinco anos pós tudo, sinto-me alcançando alguma estabilidade no temperamento. Emocional e cognitiva até.

Pelo processo de reconhecimento do si mesmo, de identidade, já passei! Mas foi uma  identidade exponencial: eu era eu mesma, mas era muito. Era eu muito e muito eu.

Mas, agora, além de me redescobrir, saber quem sou, vivo quem sou, ao dia. Sem tanta pressa, tanta pilha, tanta urgência. Sem ‘tanta’, porque, sem nada, não seria eu.  ‘Tudo ao mesmo tempo agora’ já não é minha frase favorita, a que melhor me define. Perdeu seu posto para ‘uma coisa de cada vez’, por sua conexão imediata a meu ritmo de recuperação e resgates.  Uma coisa de cada vez, ao passo e ao dia. Mas sempre alguma coisa lá, me provocando e me movendo. Uma minha isca para novas buscas, novos interesses, se renovando e reiniciando, devagar e sempre.

Alguma coisa no trabalho, estudando alguma coisa, culturando ou cozinhando, sempre. Virginiana (e) extrema sempre fui, acelerada, fora da média. Mas, houve um tempo, pós acidente, que queria nada menos que tudo;  n’alguma forma de compensação, talvez.

E meus olhos, meu ângulo tinham foco lá atrás, repisando, repetidamente, pré-justificativas para um suposto curto alcance, uma performance, assim, deficitária.

Hoje, alcançando algum equilíbrio, limitei, inconscientemente, o tempo de meu discurso  a um futuro digamos, condicional.  Se buscar isto, posso isso; se estudar bastante, reaprendo aquilo outro; se fizer assim, posso assado, uma coisa de cada vez.

O acidente deixa, assim, o papel de protagonista em apêndices retóricos  de todas as minhas histórias e projetos, sabendo que volto a me justificar por mim mesma; meus destaques, facilidades e por minhas limitações.  Afinal, ‘eu sou é eu mesmo’.

2 comentários:

  1. Que bacana! Os ritmos lentos nos proporcionam cada dia mais intensidade!
    Um beijo com saudades,
    Titi.

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  2. Assim dá prá saborear cada segundo!!!
    Márcia

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