Hoje, cinco anos pós tudo, sinto-me alcançando alguma estabilidade no temperamento. Emocional e cognitiva até.
Pelo processo de reconhecimento do si mesmo, de identidade,
já passei! Mas foi uma identidade
exponencial: eu era eu mesma, mas era muito. Era eu muito e muito eu.
Mas, agora, além de me redescobrir, saber quem sou, vivo
quem sou, ao dia. Sem tanta pressa, tanta pilha, tanta urgência. Sem ‘tanta’,
porque, sem nada, não seria eu. ‘Tudo ao
mesmo tempo agora’ já não é minha frase favorita, a que melhor me define. Perdeu seu posto para ‘uma coisa de cada vez’, por sua
conexão imediata a meu ritmo de recuperação e resgates. Uma coisa de cada vez, ao passo e ao dia. Mas
sempre alguma coisa lá, me provocando e me movendo. Uma minha isca para novas
buscas, novos interesses, se renovando e reiniciando, devagar e sempre.
Alguma coisa no trabalho, estudando alguma coisa, culturando
ou cozinhando, sempre. Virginiana (e) extrema sempre fui, acelerada, fora da
média. Mas, houve um tempo, pós acidente, que queria nada menos que tudo; n’alguma forma de compensação, talvez.
E meus olhos, meu ângulo tinham foco lá atrás, repisando,
repetidamente, pré-justificativas para um suposto curto alcance, uma
performance, assim, deficitária.
Hoje, alcançando algum equilíbrio, limitei, inconscientemente,
o tempo de meu discurso a um futuro
digamos, condicional. Se buscar isto,
posso isso; se estudar bastante, reaprendo aquilo outro; se fizer assim, posso
assado, uma coisa de cada vez.
O acidente deixa, assim, o papel de protagonista em
apêndices retóricos de todas as minhas
histórias e projetos, sabendo que volto a me justificar por mim mesma; meus destaques, facilidades e por minhas limitações. Afinal, ‘eu sou é eu mesmo’.
Que bacana! Os ritmos lentos nos proporcionam cada dia mais intensidade!
ResponderExcluirUm beijo com saudades,
Titi.
Assim dá prá saborear cada segundo!!!
ResponderExcluirMárcia