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segunda-feira, 7 de julho de 2014

amálgama brasileiro


Ali, o gênero musical se configurava  como um espaço social para leituras e interpretações de nosso país, significados falando mais alto que qualquer lirismo ou poesia; sem perder por isto, no entanto. ‘Variações neste mesmo tema, sem sair do tom’…

Era Mautner e era Caetano, apresentado juntos ‘Três Tons’ de Jorge Mautner, material que relança os três primeiros álbuns do músico, bem mostrando a fase inicial do cantor, compositor, poeta, escritor, filósofo e violinista (ufa!).

Assim, Jorge Mautner era oficialmente o ‘mestre de cerimônia’ e as primeiras músicas, extraídas do repertório do material remasterizado e relançado, foram ali apresentadas por ele.

Mas o show foi muito mais e maior. Houve Mautner só, houve Caetano só e houve mais e maior: uma conjunção dos dois, repassando faixas do disco fizeram juntos em 2002, ‘Eu não peço Desculpas’.

O espetáculo começou com a apresentação solo do dono da festa.  A Louca da Casa já andou brincando aqui com ‘O Filho do Holocausto’, mas aqui era Mautner, voz e violino. E banda e muita prosa. Falando pelos cotovelos, como sempre, ele se policiava por isto em  uma auto-ironia anedótica, fazendo piada de si.

Saem todos do palco e entra Caê, que, em seu momento,  apresenta canções suas, pinçadas de seu vasto repertório. Houve ali representantes de Cê, Transa, Abraçaço, entre alguns outros.  Ele fez entrada e show muito íntimos e pessoais. Antes, só e intimista,  depois junto à banda que acompanhou aos dois na noite, Caetano presenteou ao público com pérolas e deu um tom refinado à sua participação.

Na última parte deste rico espetáculo três em um, Mautner volta ao palco e a dupla repassa “Eu não peço Desculpas”, seu álbum conjunto.

Neste momento, Caetano faz uma pausa reafirmando Mautner, musicalmente, como o amálgama brasileiro por excelência, “de Jesus de Nazaré aos tesouros do Candomblé. “Isto porque foi Jorge Mautner quem descobriu o Brasil” reitera depois de algumas canções legendando a mistura que representa o tipo brasileiro, além das muitas interpretações de nossa cultura.

E o show foi inspirador. Não  só pela verve do anfitrião, mas pela participação mais que especial,  ora  em ‘tom’ particular ou nos ‘Três Tons’ de Mautner. 

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