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domingo, 19 de julho de 2015

gravado no coração


Uma segunda feira destas, passeando, como é de praxe, prela programação do SESC, música e teatro, para construir minha agenda cultural da semana seguinte, encontro os dois em um mesmo espetáculo. E encontro mais, encontro Minas, em peça original de seu quebra cabeças cultural.  Calma, calma, que já vou traduzindo tanta ideia conectada, feita metáfora.

Vamos correndo as páginas (as palavras) disto que andei divagando. É que na busca por atrações culturais interessantes, musicais ou dramáticas, para a semana seguinte, encontrei no SESC Santana a apresentação de uma peça do ótimo e original grupo de teatro mineiro, o Galpão. A peça se dizia música, um sarau. O Galpão experimentando linguagens. Um dos pedaços positivos que lembro do tanto que vi, já há muito tempo, desta turma deveras original!

E o espetáculo deles era (e é), a um só tempo, teatro e música. Eles reuniram 25 canções de montagens de toda sua trajetória no intitulado sarau ‘De Tempo Somos’.Entre trabalhos mais antigos e também apresentações recentes, o experimento foge ao rótulo de um espetáculo teatral, trazendo nuances de um sarau dramático musical. Um passeio pelas peças sonoras de toda sua produção.  Um sarau feito de canções dramatizadas, trilha incidental e trilhas sonoras, efetivamente.

Não havia uma peça do grupo sendo encenada e não havia, portanto, personagens de dramas seus. Mas todos ali eram  personagens de si.Faziam personagens pontuais e esparsos ou representavam a si mesmos enquanto atores do reconhecido grupo de teatro mineiro, dono de uma linguagem toda sua.

A peça, sarau, apresentação se construiu música a música e se revelou em divertido passeio por uma produção original, com sua linguagem particular, mostrando um trabalho cheio de referências. Kerouac, Manuel Bandeira, Leminski,  Nelson Rodrigues e Saramago, figuraram, cada um a seu tempo e seus porquês, entre músicas.  O sarau, pois, se revelou um quebra-cabeças artístico trazendo estórias e personagens, apresentados através de sua então trilha sonora.

Em meio às múltiplas referências e contextualizações ali apresentadas, aprendi que records, originalmente do latim ‘recordi’, se traduz em passar de novo pelo coração. E assim, via records de canções de sua trajetória artística, reconstruindo e reapresentando toda sua história, eles passaram novamente pelos corações de todos nós e nos mostraram que de tempo somos! 

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