A sessão cineclube hoje foi itinerante! Fizemos um passeio
pela história da teledramaturgia do Brasil e, de novela em novela, seguimos
conferindo o papel dos atores negros, nelas atribuídos, em roteiro retratando o
nascimento de uma consciência afro-brasileira.
“A negação
do Brasil: O negro na telenovela brasileira”, produzido e dirigido por Joel
Zito Araújo, doutor em Comunicação pela USP, mostra que os negros foram sempre
retratados em personagens mais estereotipados e negativos, o que influiu,
notadamente, nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros.
Ao propor uma reflexão sobre a
questão da ratificação do preconceito, o filme traz à pauta os papéis
representados pelos afro-descendentes na história de nossa TV, quase sempre
subalternizados, inferiorizados em função da pouca visibilidade e quando
muito, representando estereótipos de jagunços, feitores, delegados e empregados
domésticos.
Os personagens negros deixavam, sempre,
uma percepção de subalternidade e as
novelas trazem uma reconstituição muitas vezes adocicada da história da
escravidão.
Com o passar das décadas, eles
crescem na consciência do papel que representam e também, na parte que lhes
cabe nos roteiros, mas, no século XX, ainda vemos histórias carregadas de muito
preconceito.
Neste ponto, nos perguntamos o quanto as novelas nos refletem ou nos moldam o perfil, a
opinião e as atitudes. Diante dos índices de audiência que alcançam, têm forte
papel na formação da opinião-pública média do telespectador brasileiro. Fica, a
(triste ) conclusão que pensamento brasileiro é, em grande medida moldado pela
Globo e por suas telenovelas onipresentes!
Diante de sessão a um só tempo,
educativa e interessante, fica a vontade de crescimento da participação do
cineclube, dotando-o de um papel social e trazendo atores de nosso universo
social para estas histórias nas telas. Nas celebrações, nas datas importantes,
nos temas dignos de protestos. A sessão de hoje alimentou a vontade de mais!
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