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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

eu sou é eu mesma



é... eu sou é eu mesma... mesmo!

Devem estar todos se perguntando, de novo? Pois... desde que a identidade se me tornou uma questão preponderante,  as definições em torno de minha personalidade colorem meus dias (e meus textos, portanto) de maneira exagerada.

Não sei até que ponto me redescobrir e me reconstruir não se tornou uma característica de meu arquétipo, meu self, que, segundo Young, está em mim desde sempre e nunca se perdeu.  Sei que soa a paradoxo total o questionamento acima, mas não, deixa eu explicar! Young dizia que o que somos vem definido nas entranhas e não se perde (palavras minhas) e estou dizendo aqui que o  meu eu ganhou novas características e definições depois de tantas cambalhotas do meu self.

Não, não estou contradizendo Young (não tenho esta ousadia). Com novas cores, novas leituras, sigo me reafirmando. É, na verdade, uma apropriação muito minha de um real mutante! A busca sempre me caracterizou de maneira muito forte. Buscar, querer entender, conhecer, saber, e buscar, buscar e buscar! E agora boa parte das minhas buscas estão em mim mesma! Direcionei o olhar para os buracos vazios de meu self, na minha memória e percepção, querendo reconstruí-lo.

E à medida que vou aprendendo de mim, do eu, do eu mesmo, vou reafirmando que sou eu sempre e muito! E o com esta novela de meus dias pós acidente, meu divisor de águas, traduzi a construção do self, da identidade, de Carl Young, no eu sou é eu mesmo, do Riobaldo, Guimarães Rosa.

E já virou meu playground!

O acontecido que vou ensaiando contar a todos foi, desta fez, engraçado, até! Guardo cá comigo um tom confessional, que faço bom uso. Não por falsidade, mas porque sou deveras dada a confissões. Sou dada a sinceridades a que as pessoas, normalmente, não se prestam! A amigos íntimos ou feitos íntimos e às bem querências de mon coeur qui bat. E dentro disto, uma frase que compõe, frequentemente, meu repertório é: “deixa eu te contar uma coisa”. Desembocando em uma confissão íntima, uma sinceridade auto-permitida em razão de uma intimidade percebida ou sentida, em uma gentileza a meu interlocutor ou em ponderações francas sobre ocorrências, lá ou cá!

Esta semana, trocando mensagens  Wapp, de conteúdo musical, por razões festivas, com uma amiga, engrenei a primeira para entrar em meu caminho confessional. O algoritmo do Whatsapp busca as palavras mais prováveis da sequência de suas sentenças para te sugerir. De acordo à norma padrão, às expressões idiomáticas ou ao seu uso pessoal, o que você mais usa, o que escreve sempre, etc. 

Comecei a escrever e, por acaso, observei, desde o princípio as sugestões do aplicativo. Muitas vezes, desligo e nem percebo. Mas neste dia, por acaso, observei tudo. Digitei a primeira palavras: ‘Deixa’ e o whatsapp me sugeriu ‘eu’, selecionei o eu e prontamente apareceu no campo de sugestões ‘te’. 'Te' selecionado e surgiu ‘contar’ no centro das sugestões. E depois ‘uma’ e depois ‘coisa’! ‘Deixa eu te contar uma coisa’, sentença construída pelos algoritmos do sistema!

Testei hoje de novo e tá lá... a frase prontinha que, traduzindo em meu dialeto particular, quer dizer: eu sou é eu mesma, sempre e muito!

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