é... eu sou é eu mesma... mesmo!
Devem estar todos se perguntando, de novo? Pois... desde que
a identidade se me tornou uma questão preponderante, as definições em torno de minha personalidade
colorem meus dias (e meus textos, portanto) de maneira exagerada.
Não sei até que ponto me redescobrir e me reconstruir não se
tornou uma característica de meu arquétipo, meu self, que, segundo Young, está
em mim desde sempre e nunca se perdeu.
Sei que soa a paradoxo total o questionamento acima, mas não, deixa eu
explicar! Young dizia que o que somos vem definido nas entranhas e não se perde
(palavras minhas) e estou dizendo aqui que o meu eu ganhou novas características e definições
depois de tantas cambalhotas do meu self.
Não, não estou contradizendo Young (não tenho esta ousadia).
Com novas cores, novas leituras, sigo me reafirmando. É, na verdade, uma
apropriação muito minha de um real mutante! A busca sempre me caracterizou de
maneira muito forte. Buscar, querer entender, conhecer, saber, e buscar, buscar
e buscar! E agora boa parte das minhas buscas estão em mim mesma! Direcionei o
olhar para os buracos vazios de meu self, na minha memória e percepção,
querendo reconstruí-lo.
E à medida que vou aprendendo de mim, do eu, do eu mesmo,
vou reafirmando que sou eu sempre e muito! E o com esta novela de meus dias pós
acidente, meu divisor de águas, traduzi a construção do self, da identidade, de
Carl Young, no eu sou é eu mesmo, do Riobaldo, Guimarães Rosa.
E já virou meu playground!
O acontecido que vou ensaiando contar a todos foi, desta
fez, engraçado, até! Guardo cá comigo um tom confessional, que faço bom uso. Não
por falsidade, mas porque sou deveras dada a confissões. Sou dada a sinceridades a que as pessoas, normalmente, não se prestam! A
amigos íntimos ou feitos íntimos e às bem querências de mon coeur qui bat. E
dentro disto, uma frase que compõe, frequentemente, meu repertório é: “deixa
eu te contar uma coisa”. Desembocando em uma confissão íntima, uma sinceridade auto-permitida em razão de uma intimidade percebida ou sentida, em uma gentileza
a meu interlocutor ou em ponderações francas sobre ocorrências, lá ou cá!
Esta semana, trocando mensagens Wapp, de conteúdo musical, por razões
festivas, com uma amiga, engrenei a primeira para entrar em meu caminho
confessional. O algoritmo do Whatsapp busca as palavras mais prováveis da
sequência de suas sentenças para te sugerir. De acordo à norma padrão, às
expressões idiomáticas ou ao seu uso pessoal, o que você mais usa, o que
escreve sempre, etc.
Comecei a escrever e, por acaso, observei, desde o
princípio as sugestões do aplicativo. Muitas vezes, desligo e nem percebo. Mas
neste dia, por acaso, observei tudo. Digitei a primeira palavras: ‘Deixa’ e o whatsapp me
sugeriu ‘eu’, selecionei o eu e prontamente apareceu no campo de sugestões
‘te’. 'Te' selecionado e surgiu ‘contar’ no centro das sugestões. E depois ‘uma’
e depois ‘coisa’! ‘Deixa eu te contar uma coisa’, sentença construída pelos
algoritmos do sistema!
Testei hoje de novo e tá lá... a frase prontinha que,
traduzindo em meu dialeto particular, quer dizer: eu sou é eu mesma, sempre e
muito!
Texto deliciso. Amei
ResponderExcluirQue bom, Eli! volte sempre!!! ;-)
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